Causou indignação na oposição a revelação de que o deputado Eduardo Bolsonaro entregou à embaixada dos Estados Unidos uma cópia do dossiê feito pelo Ministério da Justiça contra grupos antifascistas. 

O deputado estadual bolsonarista Douglas Garcia (PSL-SP), um dos mais alinhados ao bolsonarismo, afirmou em depoimento à Justiça, em tom de deboche, que as pessoas relacionadas seriam impedidas de visitar a Disneylândia, referindo-se ao fato de que a listagem foi encaminhada para a embaixada americana. Garcia afirmou no processo que "o protocolo junto à Embaixada dos Estados Unidos foi feito pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro".

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) comentou o fato e chamou o filho de Jair Bolsonaro de "traidor". "Urgente! O deputado estadual bolsonarista Douglas Garcia disse à Justiça que Eduardo Bolsonaro entregou um dossiê sobre lideranças antifascistas à embaixada dos EUA. É gravíssimo! Eduardo é um traidor do Brasil, informante dos EUA! Deve explicações. Isso pode dar cassação!", escreveu Silva. 

O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) também defendeu que a entrega de informações sobre brasileiros aos Estadso Unidos pode levar perda do mandato de Eduardo Bolsonaro. "Caso Eduardo Bolsonaro tenha entregue o dossie Antifacistas para os EUA, como publicou o Brasil247, ele terá cometido crimes graves que podem levar a cassação do seu mandato", escreveu Teixeira.

"Não há governo, mas uma milícia destruindo nossa democracia para construir um projeto de poder autoritário. Fato confirmado por nova revelação sobre a arapongagem do governo contra antifascistas", escreveu a deputada federal Margarida Salomão (PT-MG) sobre a denúncia contra Eduardo Bolsonaro. 

Pelo Twitter, o ex-senador Lindbergh Farias classificou a denúncia como "gravíssima". "Eduardo Bolsonaro, o presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, entregou à Embaixada dos EUA um dossiê com mil nomes de opositores do governo de seu pai. Vamos ver se agora o Comitê de Ética da Câmara toma uma atitude", disse Lindbergh.