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string(4198) "O comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, consultou outros nomes do alto escalão da corporação antes de tomar a polêmica decisão de inocentar o também general Eduardo Pazuello pela participação em ato político ao lado do presidente Jair Bolsonaro, em 23 de maio, no Rio de Janeiro. Nas conversas, segundo apurou o Correio, o militar avaliou que poderia ser desautorizado e, portanto desmoralizado, pelo chefe do Planalto se punisse o ex-ministro da Saúde.
Oliveira já assumiu o comando do Exército, em abril, sob pressão. Ele passou a ocupar o posto após a demissão do general Edson Pujol e dos comandantes de Marinha e Aeronáutica por se posicionarem contra a politização das Forças. No mês anterior, o chefe do Planalto tinha exonerado o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva.
Para o analista político Melillo Dinis, do portal Inteligência Política, a decisão de liberar Pazuello de punição mostra dois cenários: o primeiro, uma acomodação do comandante para evitar uma crise maior, pois, se fosse desautorizado por Bolsonaro, os ânimos ficaram mais acirrados. O outro é a confirmação de que a recente mudança do comando das Forças Armadas e do Ministério da Defesa acabou criando uma série de constrangimentos que aponta um momento de tensão entre o presidente e a instituição.
Professor titular de história do Brasil da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Carlos Fico avaliou que existe uma situação de submissão e que o comandante “se acovardou” ao tomar a decisão esperada. “A imagem fica arranhada, o comandante, enfraquecido. A impressão que dá é de que o Exército está submisso ao presidente, aceitando qualquer coisa”, analisou.
Geraldo Tadeu Monteiro, mestre em sociologia política e doutor em direito, afirmou que ao levar Pazuello para o ato, pedir que ele fosse aplaudido e, na sequência, nomeá-lo para um cargo no Planalto, o presidente criou uma dificuldade política para Paulo Sérgio Oliveira. “Bolsonaro está em um cabo de guerra com a hierarquia militar e causou transtorno para alguém recém-nomeado. Não dá para dizer que a corporação está aderindo à prática bolsonarista, mas esse episódio diminui a margem para uma punição para quem adere ao projeto do governo”, explicou.
Segundo Monteiro, foi aberta “a porteira para adesão maciça de policiais (militares) e oficiais das Forças Armadas”. “O comandante está muito enfraquecido por todos os lados. Foi levado a essa posição num momento em que o próprio Exército se mostrou mais contrário às investidas de Bolsonaro. Quando houve aquela crise, eles foram a mais crítica das instituições. Então, a mais crítica das Forças se submeteu à vontade do presidente. É uma vitória política de Bolsonaro de submeter a corporação mais resistente às investidas dele”, explicou.
O ex-ministro da Defesa Celso Amorim ressaltou que, desta vez, a ousadia de Bolsonaro “deu mais certo do que se poderia imaginar”. “Uma concessão desse tipo tira muito da autoridade moral do comandante do Exército. Todos podem ter sua posição política, mas as Forças têm que obedecer à lei, e cada oficial tem de obedecer ao regulamento”, sintetizou.
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Oliveira já assumiu o comando do Exército, em abril, sob pressão. Ele passou a ocupar o posto após a demissão do general Edson Pujol e dos comandantes de Marinha e Aeronáutica por se posicionarem contra a politização das Forças. No mês anterior, o chefe do Planalto tinha exonerado o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva.
Para o analista político Melillo Dinis, do portal Inteligência Política, a decisão de liberar Pazuello de punição mostra dois cenários: o primeiro, uma acomodação do comandante para evitar uma crise maior, pois, se fosse desautorizado por Bolsonaro, os ânimos ficaram mais acirrados. O outro é a confirmação de que a recente mudança do comando das Forças Armadas e do Ministério da Defesa acabou criando uma série de constrangimentos que aponta um momento de tensão entre o presidente e a instituição.
Professor titular de história do Brasil da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Carlos Fico avaliou que existe uma situação de submissão e que o comandante “se acovardou” ao tomar a decisão esperada. “A imagem fica arranhada, o comandante, enfraquecido. A impressão que dá é de que o Exército está submisso ao presidente, aceitando qualquer coisa”, analisou.
Geraldo Tadeu Monteiro, mestre em sociologia política e doutor em direito, afirmou que ao levar Pazuello para o ato, pedir que ele fosse aplaudido e, na sequência, nomeá-lo para um cargo no Planalto, o presidente criou uma dificuldade política para Paulo Sérgio Oliveira. “Bolsonaro está em um cabo de guerra com a hierarquia militar e causou transtorno para alguém recém-nomeado. Não dá para dizer que a corporação está aderindo à prática bolsonarista, mas esse episódio diminui a margem para uma punição para quem adere ao projeto do governo”, explicou.
Segundo Monteiro, foi aberta “a porteira para adesão maciça de policiais (militares) e oficiais das Forças Armadas”. “O comandante está muito enfraquecido por todos os lados. Foi levado a essa posição num momento em que o próprio Exército se mostrou mais contrário às investidas de Bolsonaro. Quando houve aquela crise, eles foram a mais crítica das instituições. Então, a mais crítica das Forças se submeteu à vontade do presidente. É uma vitória política de Bolsonaro de submeter a corporação mais resistente às investidas dele”, explicou.
O ex-ministro da Defesa Celso Amorim ressaltou que, desta vez, a ousadia de Bolsonaro “deu mais certo do que se poderia imaginar”. “Uma concessão desse tipo tira muito da autoridade moral do comandante do Exército. Todos podem ter sua posição política, mas as Forças têm que obedecer à lei, e cada oficial tem de obedecer ao regulamento”, sintetizou.