BRASÍLIA - O presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União Brasil), se comprometeu com o Palácio do Planalto a pôr para votação, ainda em setembro, o projeto de lei para isentar do Imposto de Renda (IR) quem recebe salários de até R$ 5 mil.

O prazo é importante para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) porque a isenção só poderá valer para 2026 se a sanção ocorrer até o dia 30. A medida é uma das principais apostas da gestão petista para o ano eleitoral.

A isenção do IR ainda irá à votação no plenário da Câmara dos Deputados. O relator é o deputado Arthur Lira (PP-AL), e a perspectiva é que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), inclua o projeto na pauta das votações entre os dias 16 e 18 de setembro. A aprovação garante que a isenção siga para a análise dos senadores e, depois, para a sanção do presidente da República.

O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), indicou que Alcolumbre se comprometeu a votar rápido a isenção no Senado. Diante da perspectiva, a ideia é que o projeto não sofra alterações, e, portanto, não precisará retornar à Câmara, indo diretamente do Senado para o Palácio do Planalto.

Se o Congresso não cumprir o acordo firmado, o governo Lula (PT) não descarta editar uma Medida Provisória para garantir que a isenção comece a valer em 2026. O prazo de 30 de setembro é importante em função do princípio da noventena. A regra determina que as mudanças sobre os tributos só possam valer 90 dias após a publicação da alteração; ou seja, para valer em 2026, é necessário que o presidente confirme a mudança no IR até o fim deste mês.

O deputado Arthur Lira apresentou ainda em julho o relatório do projeto de lei que isenta do IR quem recebe salários de até R$ 5 mil. Ele optou por manter parte do texto entregue à Câmara dos Deputados pelo governo Lula (PT) fixando em 10% a alíquota máxima do imposto mínimo cobrado sobre as pessoas que têm alta renda, que são aquelas que recebem mais de R$ 1,2 milhão por ano.

A principal mudança, entretanto, atinge principalmente a classe média. O relator optou por ampliar de R$ 7.000 para R$ 7.350 a faixa de isenção parcial do Imposto de Renda. Lira explicou, após apresentar o relatório à comissão especial, que a mudança na faixa garantirá que mais 500 mil pessoas sejam beneficiadas.