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Antes de morrer, o ex-presidente Tancredo Neves cumpriu um importante papel na redemocratização brasileira: foi o primeiro civil e de oposição aos militares ocupando a principal cadeira da República, onde, há mais de duas décadas, sentavam-se apenas generais. No entanto, antes mesmo de assumir o cargo mais importante do país, o mineiro, na época com 74 anos, morreu em 21 de abril de 1985, após ficar 39 dias internado, em decorrência de uma falência múltipla de órgãos. Neste ano, os 40 anos da morte do político serão homenageados em sua cidade natal, São João del-Rei, no Campo das Vertentes.
Na próxima segunda-feira, está programada uma missa solene na Igreja de São Francisco, às 9h15. Logo após, familiares, autoridades políticas e admiradores seguem para o cemitério da igreja, para uma encomendação da alma. A família terá um momento a sós próximos ao túmulo, antes de seguirem para a reinauguração do Memorial Tancredo Neves.
O ex-governador de Minas Gerais e neto de Tancredo, o atual deputado federal Aécio Neves (PSDB) estará presente. Confirmaram presença na cidade o ex-presidente da República José Sarney (MDB), que foi vice de Tancredo, e o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos).
O espaço foi inaugurado em 1990 e reúne, em um casarão do final do século 18, um acervo com documentos e fotos que retratam a trajetória do ex-presidente e de outros protagonistas de um importante período da história política brasileira. Em 2010, o memorial foi reinaugurado por Aécio Neves ao lado de familiares em comemoração ao aniversário de 100 anos do político mineiro.
O caminho de Tancredo
O processo que levou Tancredo Neves, à época no PMDB, a ser eleito o 31º presidente, esteve longe da tranquilidade. Como o próprio Tancredo descreveu em mensagem enviada ao Estado de Minas após sua eleição, o país atravessou “meses de maior intensidade política”. “Não se cuidou apenas de escolher um presidente da República para promover a transição do regime autoritário para o regime democrático, mas também para dar início às profundas mudanças e transformações que o povo está reclamando”, disse.
O país chegava no limiar da transição democrática, processo iniciado no fim da década de 1970 com a abertura “lenta, gradual e segura” iniciada pelo general Ernesto Geisel, seguido por Figueiredo e intensificado pela campanha das Diretas Já – quando milhões de brasileiros foram às ruas clamar pelo voto direto.
O fervor foi resultado da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) número 5, de março de 1983, assinada pelo deputado federal Dante de Oliveira (MDB-MT). Em 1984, aos poucos, a proposta ganhou as ruas e políticos como o deputado paulista Ulysses Guimarães, então presidente do PMDB e fiador do processo de redemocratização, passaram a organizar comícios que reuniram milhões de pessoas.
Apesar do amplo apoio popular, a Emenda Dante de Oliveira foi rejeitada no Congresso Nacional com 298 votos a favor, 65 contra e três abstenções. Para ser aprovada, a emenda precisava de 320 votos, mas uma articulação do governo militar resultou em 113 deputados ausentes na sessão. A caserna aceitava a transição contrariada, e só permitiria uma eleição indireta.
Em 15 de janeiro de 1985, Tancredo foi eleito presidente da República. “Venho para realizar urgentes e corajosas mudanças políticas, sociais e econômicas indispensáveis ao bem-estar do povo”, afirmou em seu discurso. O ex-governador de Minas Gerais obteve 480 votos no colégio eleitoral e aplicou em Paulo Maluf (SP) e no PDS, o partido de apoio dos regimes na época, uma derrota acachapante.
O então deputado federal paulista viu o candidato mineiro articular com o próprio regime e os dissidentes do PDS, incluindo o vice-presidente eleito, José Sarney (PMDB), que foi dirigente do partido de apoio aos militares até seis meses antes da eleição. Como resultado, Maluf conquistou apenas 180 votos. Nove delegados – representantes das Assembleias Legislativas – não votaram, enquanto 17 parlamentares se abstiveram. “Esta foi a última eleição indireta do país”, prometeu Tancredo perante “Deus e a Nação”.
A cerimônia
Com autoridades confirmadas, celebração em São João del-Rei relembra o ex-presidente
Programação
9h15: Missa Solene na Igreja de São Francisco
11h: Encomendação da Alma do Presidente no cemitério da Igreja de São Francisco
11h45: Reinauguração do Memorial Tancredo Neves
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Na próxima segunda-feira, está programada uma missa solene na Igreja de São Francisco, às 9h15. Logo após, familiares, autoridades políticas e admiradores seguem para o cemitério da igreja, para uma encomendação da alma. A família terá um momento a sós próximos ao túmulo, antes de seguirem para a reinauguração do Memorial Tancredo Neves.
O ex-governador de Minas Gerais e neto de Tancredo, o atual deputado federal Aécio Neves (PSDB) estará presente. Confirmaram presença na cidade o ex-presidente da República José Sarney (MDB), que foi vice de Tancredo, e o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos).
O espaço foi inaugurado em 1990 e reúne, em um casarão do final do século 18, um acervo com documentos e fotos que retratam a trajetória do ex-presidente e de outros protagonistas de um importante período da história política brasileira. Em 2010, o memorial foi reinaugurado por Aécio Neves ao lado de familiares em comemoração ao aniversário de 100 anos do político mineiro.
O caminho de Tancredo
O processo que levou Tancredo Neves, à época no PMDB, a ser eleito o 31º presidente, esteve longe da tranquilidade. Como o próprio Tancredo descreveu em mensagem enviada ao Estado de Minas após sua eleição, o país atravessou “meses de maior intensidade política”. “Não se cuidou apenas de escolher um presidente da República para promover a transição do regime autoritário para o regime democrático, mas também para dar início às profundas mudanças e transformações que o povo está reclamando”, disse.
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