Brasil247 - A Marinha de Israel interceptou, neste sábado (27), o navio Handala, que levava alimentos e suprimentos básicos à Faixa de Gaza. A embarcação, organizada pela Coalizão da Flotilha da Liberdade, foi parada em alto-mar, a cerca de 40 milhas náuticas da costa do enclave, em uma ação que o grupo classifica como “violenta” e “ilegal”. As informações são do jornal O Globo.

“A Coalizão da Flotilha da Liberdade confirma que seu navio civil Handala, a caminho de romper o bloqueio ilegal e genocida de Israel contra palestinos em Gaza, foi violentamente interceptado pelos militares israelenses em águas internacionais”, afirmou a organização, em nota. “O barco desarmado transportava suprimentos vitais quando foi abordado pelas forças israelenses, seus passageiros sequestrados e sua carga apreendida.”

O episódio marca a segunda vez, em pouco mais de um mês, que uma embarcação da coalizão é interceptada ao tentar romper o bloqueio imposto por Israel desde 2007. Segundo os organizadores, 21 pessoas estavam a bordo do Handala, incluindo médicos, advogados, jornalistas, ativistas e duas parlamentares do partido francês A França Insubmissa: Gabrielle Cathala e Emma Fourreau, que atua no Parlamento Europeu.

Pouco antes de o sinal de transmissão ser cortado, Fourreau publicou no X (antigo Twitter): “O Exército israelense está aqui. Estamos jogando nossos celulares no mar. Até breve. Parem o genocídio.”

 O Ministério das Relações Exteriores de Israel confirmou a interceptação. Em publicação no X, afirmou que a operação teve como objetivo impedir o barco “de entrar ilegalmente na zona marítima da costa de Gaza”, destacando que “todos os passageiros estão seguros” e que a embarcação está “navegando em segurança para a costa de Israel”.

Em outro comunicado, o ministério reiterou sua posição: “Tentativas não autorizadas de romper o bloqueio são perigosas, ilegais e prejudicam os esforços humanitários em andamento.”

Horas antes da abordagem, os tripulantes já relatavam a presença constante de drones israelenses sobrevoando a embarcação. A organização afirmou que os equipamentos chegaram a cortar as câmeras de bordo às 11h43, no horário da Palestina, momento em que também se perdeu a comunicação com o navio.