EM SABATINA

Antigo aliado de Jair Bolsonaro e até escolhido como vice-líder no Senado, o candidato à Prefeitura de Belo Horizonte, Carlos Viana (Podemos), disse que a direita precisa de um novo líder no país e que “Bolsonaro é coisa do passado”. A declaração foi dada durante sabatina na FM O TEMPO 91,7, onde o senador licenciado também criticou os “outsiders da direita que só falam na internet”, sem citar nomes. 

“O outisder não está preocupado em resolver, está preocupado em falar com o público na internet. Fala, fala, fala, mas na hora do projeto a gente perde. Nós da direita estamos sofrendo muito com isso. Sou de direita, liberal na economia, capitalista, defendo família, princípios cristãos. A direita precisa de um novo projeto, os que chegaram não resolvem nada. São simplesmente pessoas vibrando nas redes sociais, mas a política é feita de conversa”, declarou.

Questionado sobre a relação com o ex-presidente, o senador licenciado disse que “Bolsonaro é coisa do passado, o Brasil precisa de um novo líder, de um novo modelo para a direita”. “Se nós não nos atualizarmos, se nós não conversamos com toda a população, vamos continuar perdendo eleição. A esquerda vai continuar ganhando, porque a esquerda se adaptou muito mais ao centro do que nós”, avaliou.

Segundo o candidato, nos lugares mais vulneráveis da cidade, as pessoas não votam em esquerda ou direita, mas em quem “resolve os problemas, coloca comida na mesa e dá dignidade”. “A direita precisa aprender isso, não conversar só com empresário, mas com o povo”, disse.

Carlos Viana disse que foi leal a Bolsonaro até o último minuto e que partiu do ex-presidente o pedido para o então senador concorrer ao Governo de Minas em 2022. Ele teria indagado o então presidente sobre apoio, recebeu a confirmação, mas viu Bolsonaro levantar os braços de Zema em uma agenda no Triângulo Mineiro. 

Segundo o senador licenciado, ele tentou convencer o ex-presidente a não brigar com a imprensa, e  não fazer piadas ruins. Também tentou mostrar a ele que programas sociais, como o bolsa-família, eram emergenciais e necessários no país. “A questão da saúde, vacina, deixa para os médicos, é um grande problema no país, gerou nas pessoas uma desconfiança sobre vacina que é perigoso. Isso tudo foi um lado negativo, mas no lado econômico, deixou legado importante, contas equilibradas, país com confiança, juros e déficit controlados”, ponderou.

Indagado se Zema seria um nome de apoio para a “nova liderança da direita”, Viana disse ser natural que o nome do governador seja colocado após dois mandatos, mas que a direita precisa de alguém para conversar com o país todo, não com os empresários apenas. “Agora juntou com o Maurionete (Mauro Tramonte) e Kalil, o pessoal da direita percebeu que não há nenhum princípio ideológico do Zema e do Novo, o negócio deles é ganhar. Juntar com o Kalil significa juntar com a esquerda”, concluiu. Ele também citou Pablo Marçal. “É preciso tomar cuidado, a pessoa surge do nada, ganha as pessoas com discurso superficial, isso é populismo”, explicou.