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A largada da campanha eleitoral será dada oficialmente na terça-feira. Candidatos poderão pedir votos de forma explícita, divulgar o número usado nas urnas e distribuir panfletos aos eleitores. O período eleitoral se estenderá até 2 de outubro e 30 do mesmo mês, caso haja segundo turno. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o prazo para registro das candidaturas, planos de governo e declarações de patrimônio se encerra nesta segunda.
Até o momento, 12 chapas já foram lançadas para disputar a presidência e a vice-presidência da República, confirmadas nas convenções nacionais de seus partidos. Até o fim da tarde deste sábado, 11 foram registradas no TSE, incluindo os planos de governo.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera, até o momento, as pesquisas de intenção de voto. A chapa é composta também pelo ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, adversário histórico do petista. A aliança significa a junção de propostas tanto do PT quanto do PSB, e foi redigida em 21 páginas. A coligação também comporta PV, PCdoB, PSol, Rede, Solidariedade, Avante e Agir, reunindo o maior tempo de propaganda gratuita no rádio e na televisão: 3 minutos e 26 segundos.
A campanha Lula-Alckmin tem se preparado para um possível governo que "escute o povo". Foi criada ainda no início da campanha um sistema para que haja colaboração e sugestões on-line sobre as propostas, a Plataforma Popular. Entre as principais metas citadas no documento foi descrita a nova legislação trabalhista, que terá como enfoque os autônomos e, segundo o documento, "extensa proteção social."
Outro tema defendido no programa de governo são novas políticas de segurança pública, um dos pontos mais esperados pela oposição. Segundo a proposta apresentada ao TSE, será implementada uma maior assistência aos usuários de drogas e haverá uma "substituição do atual modelo bélico".
A dupla tem ainda como objetivo reduzir a zero o desmatamento da Amazônia. "Combateremos o crime ambiental promovido por milícias, grileiros, madeireiros e qualquer organização econômica que aja ao arrepio da lei", segundo trecho da proposta. O programa foi produzido por representantes de sete partidos, coordenados pelo ex-ministro Aloizio Mercadante.
O presidente Jair Bolsonaro busca a reeleição com o general Walter Braga Netto ao seu lado, ex-ministro da Defesa. Além do PL, partido dos dois, a composição é apoiada ainda pelo Progressistas e pelo Republicanos, tendo um total de 2 minutos e 40 segundos de propaganda gratuita, o segundo maior, atrás de Lula.
Bolsonaro tenta um novo mandato com um histórico negativo na economia, aumento da fome e com as consequências da crise sanitária causada pela covid-19. Ele também enfrenta um grande índice de desaprovação do governo. Porém, algumas apostas para reverter a atuação já mostraram efeitos nas pesquisas. Após aprovação da PEC Kamikaze, que aumentou o valor do Auxílio Brasil para R$ 600, reajustou o vale-gás e criou benefícios para taxistas e caminhoneiros, o presidente diminuiu a distância de Lula nas pesquisas.
Segundo pesquisa BTG/FSB divulgada em 8 de agosto, a diferença entre os dois caiu de 13 para sete pontos percentuais entre julho e agosto, o menor desde o início do levantamento, em março. A redução do ICMS sobre combustíveis também foi outra medida eleitoreira de Bolsonaro para tentar conter o aumento nos preços e a inflação.
O plano de governo para a reeleição contempla, em sua maioria, a manutenção das pautas defendidas por Bolsonaro desde 2018. Segundo o documento de 48 páginas, a manutenção do auxílio de R$ 600 será "um dos compromissos prioritários do governo reeleito". O benefício, a princípio, tem validade apenas até 31 de dezembro deste ano. O presidente também promete realizar uma reforma tributária, isentando os trabalhadores que recebem até cinco salários mínimos (R$ 6.060 atualmente) do Imposto de Renda. O programa diz ainda que "serão preservados e ampliados o direito fundamental à legítima defesa e à liberdade individual, especialmente quanto ao fortalecimento dos institutos legais que assegurem o acesso à arma de fogo aos cidadãos".
A campanha de Bolsonaro contém ainda ataques ao sistema eleitoral e às urnas eletrônicas. O presidente tenta deslegitimar o resultado das eleições caso perca, aos moldes do que fez o presidente americano Donald Trump em 2020, culminando na tentativa de invasão ao Capitólio. Não é uma estratégia nova, uma vez que em 2018, mesmo tendo ganhado o pleito, alegou fraude nas urnas. As falas antidemocráticas, porém, sofreram fortes críticas por parte dos demais candidatos, parlamentares e entidades da sociedade civil, entre outras. O maior exemplo disso foi o manifesto pela democracia organizado pela Faculdade de Direito da USP, que ultrapassou um milhão de assinaturas na quinta passada.
Terceira via
O terceiro lugar é ocupado pelo ex-governador do Ceará Ciro Gomes. Como vice, em uma chapa puro-sangue, o pedetista tem a vice-prefeita de Salvador, Ana Paulo Matos. O candidato não conseguiu consolidar alianças nacionais com outros partidos, e terá apenas 50 segundos de propaganda gratuita. Na pesquisa Datafolha divulgada em 28 de julho, ele reuniu 8% de intenções de voto, uma distância de 21 pontos percentuais de Jair Bolsonaro.
Ciro se coloca como forte crítico da polarização entre Lula e Bolsonaro, atacando os dois adversários. Segundo ele, ambos defendem o mesmo modelo econômico e político, além de terem histórico de corrupção em seus governos. Como alternativa, em seu programa de governo, o ex-governador defende medidas mais profundas.
Uma de suas bandeiras é também a realização da reforma tributária. O tema, inclusive, é tratado por quase todos os candidatos. A versão de Ciro prevê taxação de fortunas acima de R$ 20 milhões, redução em 20% de subsídios e incentivos fiscais dados pelo governo e a recriação de um imposto sobre lucros e dividendos.
O candidato prevê que, juntas, as medidas podem gerar até R$ 200 bilhões para os cofres públicos. Também estão previstos o fim da paridade de preços internacionais da Petrobras, criação de 5 milhões de vagas de emprego em dois anos e acabar com o foro privilegiado, com exceção dos chefes dos Poderes.
A senadora Simone Tebet (MDB-MS) representa o autointitulado "centro democrático", ao lado da também senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP). A candidatura é apoiada pelo Podemos e pelo Cidadania, costurando o terceiro maior tempo de televisão: 2 minutos e 16 segundos. Tebet foi escolhida candidata por sua baixa rejeição e potencial de crescimento durante a campanha eleitoral, em detrimento do ex-governador tucano João Doria — que saiu da vida pública logo após a indicação da senadora.
Até o fechamento desta reportagem, a chapa ainda não havia protocolado seu plano de governo junto ao TSE. Em seus discursos, Tebet defende medidas econômicas para reduzir o desemprego, acabar com a fome, a realização de uma reforma tributária nos seis primeiros meses de governo e um foco na economia verde, especialmente na área do agronegócio. Não há ainda detalhamento sobre como as medidas serão implementadas.
Demais concorrentes
Os demais candidatos pontuam menos de 1% nas pesquisas. Soraya Thronicke (União) foi escolhida como candidata do União Brasil após a saída do presidente da legenda, Luciano Bivar, do páreo. Ao lado de Marcos Cintra, a chapa defende principalmente uma reforma tributária com criação de imposto único, e tem parcela considerável do tempo de televisão: 2 minutos e sete segundos, por representar o maior partido do país.
Ainda pendente por batalha judicial em seu partido, o Pros, o coach e influencer Pablo Marçal já registrou a chapa com Fátima Pérola Neggra. Tem como proposta de governo "40 anos em 4", defendendo que cada brasileiro tem "a missão de governar a si próprio".
Outro político que tem se apresentado para a candidatura a fim de compor a direita brasileira é Felipe D'Avila e Tiago Mitraud , ambos do Partido Novo. A chapa tem como principais pautas a economia neoliberlal e uma direita menos conservadora nos costumes. No campo da esquerda, Sofia Manzano e Antonio Alves, do PCB, trazem "um programa anticapitalista e anti-imperialista para o Brasil". Vera Lúcia e Raquel Tremembé (PSTU), por sua vez, defendem uma proposta pela "independência de classe" e atacar propriedades das grandes empresas para defender os trabalhadores. Léo Péricles, do UP, tem como vice Samara Martins, do mesmo partido. Ambos defendem o fortalecimento do Estado como um caminho para a redução do capital privado. Estes terão como principais atitudes a revogação do teto de gastos, a reforma trabalhista e a reforma da previdência. A chapa José Maria Eymael/João Barbosa Bravo (DC) ainda não foi registrada.
As chapas
Veja as 11 candidaturas presidenciais registradas até o fim da tarde deste sábado
Ciro Gomes (PDT); vice: Ana Paulo Matos (PDT)Felipe D’Avila (Novo); vice: Tiago Mitraud (Novo)
Jair Bolsonaro (PL); vice: Walter Braga Netto (PL)
Léo Péricles (UP); vice: Samara Martins (UP)
Luiz Inácio Lula da Silva (PT); vice: Geraldo Alckmin (PSB)
Pablo Marçal (Pros); vice: Fátima Pérola Neggra (Pros)
Roberto Jefferson (PTB); vice: Kelmon Luís da Silva Souza (PTB)
Simone Tebet (MDB); vice: Mara Gabrilli (PSDB)
Sofia Manzano (PCB); vice: Antonio Alves (PCB)
Soraya Thronicke (União); vice: Marcos Cintra (União)
Vera Lúcia (PSTU); vice: Raquel Tremembé (PSTU)
NÚMERO
49
Quantidade de dias que faltam até o primeiro turno das eleições, marcado para 2 de outubro
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Até o momento, 12 chapas já foram lançadas para disputar a presidência e a vice-presidência da República, confirmadas nas convenções nacionais de seus partidos. Até o fim da tarde deste sábado, 11 foram registradas no TSE, incluindo os planos de governo.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera, até o momento, as pesquisas de intenção de voto. A chapa é composta também pelo ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, adversário histórico do petista. A aliança significa a junção de propostas tanto do PT quanto do PSB, e foi redigida em 21 páginas. A coligação também comporta PV, PCdoB, PSol, Rede, Solidariedade, Avante e Agir, reunindo o maior tempo de propaganda gratuita no rádio e na televisão: 3 minutos e 26 segundos.
A campanha Lula-Alckmin tem se preparado para um possível governo que "escute o povo". Foi criada ainda no início da campanha um sistema para que haja colaboração e sugestões on-line sobre as propostas, a Plataforma Popular. Entre as principais metas citadas no documento foi descrita a nova legislação trabalhista, que terá como enfoque os autônomos e, segundo o documento, "extensa proteção social."
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A dupla tem ainda como objetivo reduzir a zero o desmatamento da Amazônia. "Combateremos o crime ambiental promovido por milícias, grileiros, madeireiros e qualquer organização econômica que aja ao arrepio da lei", segundo trecho da proposta. O programa foi produzido por representantes de sete partidos, coordenados pelo ex-ministro Aloizio Mercadante.
O presidente Jair Bolsonaro busca a reeleição com o general Walter Braga Netto ao seu lado, ex-ministro da Defesa. Além do PL, partido dos dois, a composição é apoiada ainda pelo Progressistas e pelo Republicanos, tendo um total de 2 minutos e 40 segundos de propaganda gratuita, o segundo maior, atrás de Lula.
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Segundo pesquisa BTG/FSB divulgada em 8 de agosto, a diferença entre os dois caiu de 13 para sete pontos percentuais entre julho e agosto, o menor desde o início do levantamento, em março. A redução do ICMS sobre combustíveis também foi outra medida eleitoreira de Bolsonaro para tentar conter o aumento nos preços e a inflação.
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A campanha de Bolsonaro contém ainda ataques ao sistema eleitoral e às urnas eletrônicas. O presidente tenta deslegitimar o resultado das eleições caso perca, aos moldes do que fez o presidente americano Donald Trump em 2020, culminando na tentativa de invasão ao Capitólio. Não é uma estratégia nova, uma vez que em 2018, mesmo tendo ganhado o pleito, alegou fraude nas urnas. As falas antidemocráticas, porém, sofreram fortes críticas por parte dos demais candidatos, parlamentares e entidades da sociedade civil, entre outras. O maior exemplo disso foi o manifesto pela democracia organizado pela Faculdade de Direito da USP, que ultrapassou um milhão de assinaturas na quinta passada.
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O terceiro lugar é ocupado pelo ex-governador do Ceará Ciro Gomes. Como vice, em uma chapa puro-sangue, o pedetista tem a vice-prefeita de Salvador, Ana Paulo Matos. O candidato não conseguiu consolidar alianças nacionais com outros partidos, e terá apenas 50 segundos de propaganda gratuita. Na pesquisa Datafolha divulgada em 28 de julho, ele reuniu 8% de intenções de voto, uma distância de 21 pontos percentuais de Jair Bolsonaro.
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Os demais candidatos pontuam menos de 1% nas pesquisas. Soraya Thronicke (União) foi escolhida como candidata do União Brasil após a saída do presidente da legenda, Luciano Bivar, do páreo. Ao lado de Marcos Cintra, a chapa defende principalmente uma reforma tributária com criação de imposto único, e tem parcela considerável do tempo de televisão: 2 minutos e sete segundos, por representar o maior partido do país.
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Outro político que tem se apresentado para a candidatura a fim de compor a direita brasileira é Felipe D'Avila e Tiago Mitraud , ambos do Partido Novo. A chapa tem como principais pautas a economia neoliberlal e uma direita menos conservadora nos costumes. No campo da esquerda, Sofia Manzano e Antonio Alves, do PCB, trazem "um programa anticapitalista e anti-imperialista para o Brasil". Vera Lúcia e Raquel Tremembé (PSTU), por sua vez, defendem uma proposta pela "independência de classe" e atacar propriedades das grandes empresas para defender os trabalhadores. Léo Péricles, do UP, tem como vice Samara Martins, do mesmo partido. Ambos defendem o fortalecimento do Estado como um caminho para a redução do capital privado. Estes terão como principais atitudes a revogação do teto de gastos, a reforma trabalhista e a reforma da previdência. A chapa José Maria Eymael/João Barbosa Bravo (DC) ainda não foi registrada.
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Veja as 11 candidaturas presidenciais registradas até o fim da tarde deste sábado
Ciro Gomes (PDT); vice: Ana Paulo Matos (PDT)Felipe D’Avila (Novo); vice: Tiago Mitraud (Novo)
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