REBELDES

BRASÍLIA – A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados decidiu, nessa segunda-feira (22/9), encaminhar ao Conselho de Ética pedidos de suspensão de mandato contra três parlamentares acusados de liderar o motim que paralisou os trabalhos da Casa por mais de 30 horas na semana passada. 

Os alvos principais são Marcos Pollon (PL-MS), para quem foram sugeridas duas suspensões – de 90 dias, por declarações difamatórias contra a cúpula da Câmara, e de 30 dias, por obstruir o acesso do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), à cadeira de comando do plenário; Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Zé Trovão (PL-SC), ambos com indicação de suspensão de 30 dias pelo mesmo motivo.

A medida acolhe as conclusões do corregedor Diego Coronel (PSD-BA), apresentadas na sexta-feira (19/9). Segundo o parlamentar, Pollon, Van Hattem e Zé Trovão tiveram os "comportamentos mais graves" entre os investigados. 

O relatório também recomendou censura escrita a outros 11 deputados de PL, PP e Novo, incluindo nomes de destaque da oposição como Bia Kicis (PL-DF), Carlos Jordy (PL-RJ), Nikolas Ferreira (PL-MG) e Caroline de Toni (PL-SC).

A origem da suspensão

O episódio que motivou as punições ocorreu durante a ocupação do plenário, promovida por deputados da oposição em protesto contra a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e na tentativa de forçar a votação de projetos de seus interesses. 

A invasão impediu Hugo Motta de reassumir a cadeira da Presidência da Câmara no plenário e gerou desgaste político interno.

Agora, caberá ao Conselho de Ética avaliar os pedidos da Mesa Diretora e decidir se as penalidades serão confirmadas. Se aprovadas, as suspensões poderão afastar temporariamente três dos principais nomes da linha de frente da oposição bolsonarista na Câmara.