O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), em entrevista à TV 247, afirmou que Jair Bolsonaro queria fazer da Prevent Senior “um modelo de exportação nacional”.A Prevent Senior é investigada pela comissão por supostamente realizar testes do chamado “tratamento precoce” contra Covid-19 - ineficaz e inexistente - em humanos sem a devida autorização. 

 
Além disso, a operadora de saúde teria distribuído a seus usuários, de maneira indiscriminada, remédios do “kit Covid”. Segundo relato da advogada Bruna Morato, representante de 12 médicos da Prevent Senior, a operadora tinha ligações com o “gabinete paralelo” do Ministério da Saúde e agia em favor dos interesses do Ministério da Economia, que tentava evitar o lockdown a qualquer custo no país.

Para Calheiros, Bolsonaro, por meio da Prevent Senior, queria validar o “tratamento precoce” para fazer do Brasil o primeiro país no mundo a revelar uma suposta maneira de tratar a doença causada pelo coronavírus. “O presidente da República, é importante que a gente repita, queria fazer da Prevent Senior um modelo de exportação nacional. Era o único ‘tratamento precoce’ no mundo. O Brasil seria o único país que estava tratando adequadamente a Covid-19”. 

O relator ainda lembrou que “em depoimentos que exibimos na CPI, o representante da Prevent Senior chegou a afirmar que a Prevent Senior ia mudar a medicina no mundo com aquele tratamento que estava fazendo para todos os usuários do plano da saúde e da própria operadora, e deu no que deu”. 

A CPI, segundo o senador, já comprovou na conduta da Prevent Senior irregularidades como “falsificação” e “utilização de testes com humanos”. “Um plano de saúde que a partir do contrato distribuía o kit do ‘tratamento precoce’, submetia os usuários do plano a esses testes e eles não sabiam, ao ponto de terem falsificado a certidão de óbito da senhora mãe do Luciano Hang e do Anthony Wong. Isso tudo, somado a desvio de dinheiro público, corrupção”.