Brasília - Após passar seis dias em silêncio absoluto sobre o fuzilamento com mais de 80 tiros do músico Evaldo Rosa dos Santos por militares durante uma operação no Rio de Janeiro, no último domingo (7), o presidente Jair Bolsonaro disse que o Exército "não matou ninguém" e que a instituição não pode ser chamada de assassina. "O Exército é do povo. A gente não pode acusar o povo de assassino. Houve um incidente. Houve uma morte. Lamentamos ser um cidadão trabalhador, honesto", disse Bolsonaro durante viagem a Macapá (AP).
O "incidente", como se referiu o presidente, aconteceu quando dez militares abriram fogo contra o carro em que o músico estava com a família foi supostamente confundido com um utilizado por criminosos. Evaldo morreu no local e outras duas pessoas ficaram feridas no tiroteio desencadeado pelos soldados do Exército.
Até o momento, nove dos dez militares que participaram da operação estão presos. Nesta quinta-feira (11), eles ingressaram com um pedido de habeas corpus junto ao Superior Tribunal Militar (STM). "Está sendo apurada a responsabilidade. No Exército sempre tem um responsável. Não existe essa de jogar para debaixo do tapete", disse Bolsonaro sobre o assunto.
Até então, a única declaração oficial do Planalto havia sido feita na terça-feira pelo porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros. Na ocasião, ele afirmou que "o presidente confia na Justiça militar, no Ministério Público militar e, a partir desse pressuposto, ele identifica e solicita até dentro da possibilidade, já que há independência de poderes, que esse caso seja o mais rapidamente elucidado".