Ao falar sobre a possibilidade de recriação do Ministério da Segurança Pública, Jair Bolsonaro não só afirmou pela primeira vez que pode retirar poderes de Sergio Moro como mostrou quem manda no atual ministro da Justiça.
"Isso é estudado, estudado com Moro, lógico que o Moro deve ser contra. Estudado com os demais ministros. O Rodrigo Maia [presidente da Câmara] é favorável à criação da Segurança, acredito que a Comissão de Segurança Pública, como trabalhou no passado, também seja favorável. Temos que ver como se comportam esses setores da sociedade para poder melhor decidir", argumentou.
Também nesta quinta-feira 23, Bolsonaro afirmou que se a nova pasta for recriada, funcionando como era antes, Moro ficará apenas com uma pasta, a da Justiça, deixando para trás o termo que ficou conhecido como 'superministro'.
"Se for criado [o Ministério da Segurança], daí ele [Moro] fica na Justiça. O que era inicialmente. Tanto é que, quando ele foi convidado, não existia ainda essa modulação de fundir com o Ministério da Segurança", disse Bolsonaro.
A informação já havia sido antecipada pelo colunista Vinicius Torres Freire na Folha de S.Paulo desta quinta. “Os amigos policiais do presidente e parte relevante da corporação policial querem a volta do ministério. Gente mais bolsonarista e parte da família também acha conveniente recriar a pasta, a fim de diminuir Moro, em termos políticos e talvez eleitorais. Imaginam ainda tomar mais conta dos poderes de polícia e querem ações mais espetaculares na segurança”, explicou o jornalista.