PEC DO VOTO IMPRESSO


O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) acusou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luis Roberto Barroso, de interferir na Câmara dos Deputados. Bolsonaro afirmou que Barroso esteve no parlamento para se reunir com líderes partidários com intuito de angariar votos contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que visa instituir o "voto impresso" a partir das eleições de 2022.


Em entrevista ao programa "Os Pingos nos Is", da Rádio Jovem Pan, Bolsonaro afirmou que Barroso esteve na Câmara dos Deputados de forma "sorrateira e quase que escondida". Ainda segundo o presidente, após o fato, a maioria dos líderes partidários trocaram deputados por aqueles que assumiram o compromisso de votar contra a PEC.


"Depois que o excelentíssimo senhor Barroso foi para dentro da Câmara dos Deputados reunir-se com várias lideranças, a maioria desses líderes trocaram parlamentares por aqueles que assumiram o compromisso de votar contra o relatório. É outra interferência do Barroso. Uma interferência explícita. Se eu faço isso, de acordo com a Constituição, caio em crime de responsabilidade. Ele não devia fazer isso. Ele poderia, se fosse convidado, falar alguma coisa. Agora ir lá, de forma quase que escondida, sorrateira, e, no dia seguinte, uma parte considerável dos integrantes da comissão ser trocada contra o voto impresso", afirmou.


No dia 21 de junho, Barroso esteve com deputados federais para apresentar o funcionamento do sistema de votação em vigor no Brasil. O presidente do TSE foi acompanhado de técnicos do órgão, que mostraram aos parlamentares como funciona a apuração, além da sala-cofre.


Bolsonaro esteve, na transmissão, com o deputado federal Filipe Barros (PSL-PR), que também é relator da PEC do "voto impresso". Barros admitiu que há grande chance de o projeto ser derrotado nesta quinta-feira (5), quando a comissão especial irá analisar o parecer do relator.


"Na atual configuração da comissão especial, somos minoria. De 34 membros, somos, aproximadamente, 14 ou 15, no máximo. Se não houver mudança na composição especial, o voto impresso será derrotado na tarde de amanhã na comissão especial."