Por Fernando Brito, do Tijolaço -
Não se pode falar, agora, como na história de fechar o Supremo com “um cabo e um soldado”, em nova “travessura” do deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente eleito, quando declara ao Estadão que, com a caracterização como “terrorismo” dos movimentos sociais, não haveria problema algum em “prender 100 mil pessoas”.
Seu irmão, Flávio Bolsonaro, não desgruda do mentecapto eleito para o governo do Rio de Janeiro, inclusive nas tratativas com Israel para a aquisição de drones armados, para promover execuções aéreas de criminosos (ou supostos criminosos), como num videogame de adolescentes.
Ambos, é claro, operam com autorização do pai a quem, aliás, devem os votos que tiveram. E sabem – os três – que não há a menor viabilidade política no que estão dizendo.
Cumprem o papel de manter “acesa a chama” da propaganda fascista da qual Jair tem, agora, conveniência em manter-se afastado, ao menos por enquanto.
Logo teremos mais disso, quando a bancada eleita pelo arranjo obtido com o aluguel do PSL começar a atuar na Câmara.
É bom que o Dr. Moro se prepare: terá de “entregar” muitos corruptos no campo da política se quiser sobreviver num governo que precisa, acima de tudo, ter uma “pauta moral” para sustentar o entreguismo desvairado e o corte de direitos sociais que praticará, certo que ao mesmo tempo que se proclama nacionalista e “popular”.
Vão construir o discurso de que “os políticos” e “a Justiça” não deixam o “homem trabalhar” e, com isso, não é preciso muito para ver o que deve ser tirado do caminho.
Nada disso, tal como a suposta “espontaneidade” de Bolsonaro em seus tuítes e “lives” é, de fato, espontâneo ou improvisado. O tamanho do circo deve ser inversamente proporcional à quantidade de pão.