O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) tentou acalmar o mercado financeiro sobre a questão dos conflitos nas ruas no feriado de Sete de Setembro entre apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e opositores. Segundo ele, não haverá conflitos no feriado. 
 

“Só se fala em Sete de Setembro. O humor das Bolsas e dos mercado está na hipótese do Sete de Setembro. Pelo amor de Deus. Não haverá nada (de confusão) no Sete de Setembro”, bradou Lira, nesta sexta-feira (27/08), durante evento em São Paulo para empresários e investidores organizado pela Esfera Brasil em parceria com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Alguns cogitam até mesmo uma invasão do Congresso Nacional ou do Supremo Tribunal Federal (STF) no dia da proclamação da Independência do Brasil.

“Todos aqui, numa questão muito prática, têm que concordar comigo que o presidente Bolsonaro é quem pauta este país. Certo ou errado, ele pautou a situação do voto impresso e, agora, como Sete de Setembro. Nunca se falou tanto 7 de setembro, pelo menos desde que eu me entendo por gente”, disse.

De acordo com o parlamentar, será preciso que o governo e as autoridades se esforcem para que os movimentos de rua aconteçam, grandes ou pequenos, e que sejam pacíficos e ainda reforçou que o Congresso é “reformista e apaziguador”. “A gente tem trabalhado para distensionar, dirimir e exterminar com as versões. Esse sempre tem sido o meu lema”, afirmou.

Ao lado do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, no evento voltado para empresário, Lira elogiou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de manter a decisão do Congresso Nacional, que aprovou a autonomia do Banco Central, um dos primeiros projetos que ele colocou na pauta da Câmara para ser votado quando assumiu a presidência da Casa. “Em boa hora, o Supremo ratificou o Banco Central independente. Não tenho dúvidas de que teremos quatro anos de uma gestão monetária espetacular e com muita competência”, disse o parlamentar referindo-se a Campos Neto. Ambos alinharam o discurso, durante o evento, visando disseminar a desconfiança em torno da questão fiscal. 

O presidente da Câmara também criticou o fato de um único parlamentar poder questionar na Justiça uma decisão de mais de 400 deputados ou de 70 senadores. Ele, inclusive, defendeu uma “lei que dificulte uma ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade ) por qualquer pessoa”.

Lira reclamou do fato de ser chamado de “açodado” ou de “trator” na gestão da presidência da Câmara, pois muitos parlamentares dizem que ele negocia com “a faca no pescoço”. Ele negou essa fama e reforçou o respeito às regras fiscais e ao teto de gastos. “Quem está lá dentro sabe que todas as pautas são discutidas democraticamente. Nós estamos sempre em busca de dar apoio à democracia e, se depender de nós, não há ruptura institucional e não há possibilidade  de furar o teto”, afirmou.  

Em relação às discussões do novo código eleitoral, Lira criticou os questionamentos das mudanças e disse que há “versões fantasiosas” sobre as questões de gênero. “A relatora é uma mulher e a Câmara tem posturas absolutamente democráticas”, disse.