Presidente da CPI da Covid, o senador Omar Aziz (PSD-AM) disse à Folha de S. Paulo que o relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), prepara um relatório tão robusto que o procurador-geral da República, Augusto Aras, classificado como "engavetador" pelos críticos, não poderá ignorar.


Cabe ao Ministério Público, comandado por Aras, instaurar procedimentos a partir do relatório da CPI.

Para Aziz, o PGR não poderá "matar no peito" o produto final da CPI. Mesmo assim, o presidente da CPI destacou que os senadores podem recorrer diretamente ao Supremo Tribunal Federal (STF) por meio de notícia-crime para que a Corte ordene a abertura de inquérito pelo MP. "Nosso relatório está indiciando e falando de muita gente, com o auxílio de uma equipe de juristas, profissionais da saúde, advogados. Nosso relatório é muito consistente. Augusto Aras não é dono da verdade, não pode sentar [no relatório]. Você está falando só em relação ao presidente. Tem outros fatores, nem tudo passa pelo Augusto Aras". 

"E mesmo assim você pode levar ao Supremo notícia-crime, e o Supremo manda o Ministério Público abrir o procedimento, já aconteceu isso. Não dá para você achar que uma instituição como o Ministério Público Federal, que tem procuradores de vários pensamentos, ache normal chegar a 600 mil vidas [perdidas] e fazer de conta que não está acontecendo nada, jogar para debaixo da mesa. Não menosprezem o acompanhamento da sociedade brasileira. Tu está achando que o cara vai matar isso no peito [e arquivar] e vai dizer: 'Não, pera aí, eu mato isso no peito e vou resolver'. Não é assim, não", completou.