RRF

Em meio às negociações do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), o governador Romeu Zema (Novo) fez afagos, nesta sexta-feira (8/12), ao presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Tadeu Martins Leite (MDB). Durante agenda em Matias Cardoso, no Norte do Estado, o chefe do Executivo mineiro elogiou a postura do deputado estadual, que, segundo ele, "mesmo que com pensamentos diferentes", é tratado "com respeito e atenção para analisar os diversos pontos de vista e as necessidades urgentes do Executivo e do povo mineiro". 

A fala do governador acontece um dia após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), tecer inúmeras críticas a postura de Zema em relação a uma busca para a resolução da dívida bilionária do Estado com a União. Segundo o chefe da equipe econômica de Lula, o mineiro não tem ajudado no processo, mas sim atrapalhado com críticas públicas direcionadas ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Nesta semana, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), também alfinetou o governador mineiro após Zema cobrar maior rapidez do governo Lula para analisar a proposta apresentada pelo senador que prevê a federalização das empresas estatais mineiras em troca da redução da dívida de Minas com a União.

"Por falar em união, quero aproveitar a presença do Presidente da Assembleia e ilustre filho do Norte de Minas, deputado Tadeu Martins Leite, pela abertura ao diálogo que tem tido com o Executivo. Hoje, quando precisamos do Legislativo Mineiro encontramos alguém com os ouvidos abertos e atentos a nos ouvir. A sua postura faz toda a diferença para a União de Minas em busca do que será melhor para os mineiros", disse Zema durante entrega da "Medalha Maria da Cruz". ´

Apesar de encampar a proposta sugerida por Pacheco, Tadeuzinho afirmou, nessa quinta (7/12), que, enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) não prorrogar o prazo para o fim da carência do pagamento da dívida de Minas com a União, a adesão ao RRF será discutida pela ALMG. Segundo apurou O TEMPO, há um receio de Tadeuzinho de que, caso a data-limite não seja estendida e a adesão não seja autorizada a tempo, a responsabilidade pelo Estado arcar com uma parcela de R$ 18 bilhões da dívida recaia sobre a ALMG.