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Nação Zumbi e bandas de blocos de BH se encontram no 'Movimento Benedito'

07/02/2019 00h00 - Atualizado em 21/03/2019 12h42 por Admin


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Lucas Buzatti
lbuzatti@hojeemdia.com.br

Quem respira o Carnaval de Belo Horizonte sabe que a festa já começou. Além de alguns blocos precoces que já foram às ruas, eventos preparativos para a folia momesca tomam conta da agenda cultural da cidade. Entre eles, está o Movimento Benedito, cuja segunda edição acontece neste sábado (9), na Serraria Souza Pinto. Desta vez, os pernambucanos da Nação Zumbi dividem o palco com três bandas originadas de blocos da capital: Chama o Síndico, Orquesta Atípica de Lhamas e Pena de Pavão de Krishna.

Sócia da produtora A Macaco, que divide a realização com o Jangâlove, Bell Magalhães destaca a importância do diálogo entre um convidado de outro estado e as bandas locais. “A ideia é fazer um movimento leve, que traz sempre o bom daqui de Minas e algum convidado de fora. Ano passado, trouxemos Baiana System e, neste ano, Nação Zumbi compõe o time”, afirma.

“Fomos pela linha dos blocos que mais conversam com esse perfil de público. Quem curte Nação provavelmente gosta de Jorge Ben, Tim Maia e cumbia”, continua Magalhães. “Pena abre o evento com toda a leveza, Lhamas vem com a sensualidade e a alegria da cumbia e o Síndico joga a energia no alto”, diz. Marco Sassen Panerai, do Jângalove, faz coro. “A Nação é uma banda que tem mais de 20 anos de história, que agrada tanto os quarentões quanto os mais jovens”, afirma. “Lhamas é o bloco do momento e Síndico uma instituição do Carnaval de BH”, pontua.

Show novo e Carnaval

Guitarrista da Nação Zumbi, Lúcio Maia conta que o primeiro show da banda em BH neste ano terá um repertório novo. “Vamos fazer músicas dos dois primeiros discos, que não tocamos há muito tempo. E também vai ter muita coisa do ‘Radiola NZ’, nosso último trabalho, que traz versões de outros artistas”, afirma, citando canções como “Refazenda” (Gilberto Gil) e “Sexual Healing” (Marvin Gaye). O pernambucano revela que a banda já se prepara para lançar um novo single, ainda no primeiro semestre. “A ideia é ir soltando músicas na medida em que formos compondo. É bem interessante esse formato”.

Sobre o Carnaval, o guitarrista conta que pela primeira vez em 13 anos, a Nação Zumbi não tocará no Marco Zero, em Recife (PE). “A prefeitura vem, há alguns anos, transformando o Carnaval em um evento de lobby político. Para o artista tocar, as condições são péssimas e existem critérios super confusos. Então, achamos por bem não tocar”, afirma. “Somos de Pernambuco e passamos a vida toda divulgando a cultura pernambucana sem pedir nada em troca. Mas não sentimos que nos respeitam por isso. A partir do momento em que vira um evento de marketing político e de patrocinadoras, o Carnaval deixa de ser uma festa popular”, critica.

Maia sublinha que, neste ano, a Nação Zumbi vai fazer o bloco Troça Elétrica, em Fortaleza (CE), além de um pré-Carnaval em Salvador (BA) e eventos em outras cidades, como BH. “Vai ser este o nosso Carnaval”, diz o guitarrista, lembrando a relação da banda com a capital mineira. “Foi uma das primeiras cidades em que tocamos fora de Recife, no começo da banda. Sempre adoramos BH”.

Serviço: Movimento Benedito. Sábado (9), a partir das 20h, na Serraria Souza Pinto (av. Assis Chateaubriand, 899 – Centro). Ingressos: R$ 30.