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A obra está nas plataformas digitais. A versão física, porém, só em agosto. No álbum, releituras de Eu sei que vou te amar e Canção do amor demais, compostas em parceria pela dupla, além de Valsa de Eurídice, de Vinicius, e As praias desertas, de Tom, que Nana considera uma paixão antiga.
Nana conta que um dos motivos que a levaram a gravar o disco foi a grande amizade entre Jobim, Vinicius e o pai dela, Dorival Caymmi. “Sempre fiquei atenta às coisas que o Tom fazia e o que nos motivou a fazer isso foram dois discos, que fizeram o maior sucesso, e também a nossa cabeça na adolescência. Um da Lenita Bruno (1926/1987), Por toda a minha vida, produzido pelo maestro paulista Léo Perac (1911/1993), e outro de Elizeth Cardoso (1920/1990), Canção do amor demais”.
Ela ressalta que sempre admirou Jobim. “Um grande músico, um dos compositores brasileiros mais importantes. Depois, veio a minha amizade com ele também”. A cantora ressalta ainda o elo entre o irmão, arranjador do maestro, e Jobim.
A artista e Dori trabalharam com Jobim diversas vezes. “É claro que o mérito é deles, pois foram eles que fizeram essa obra-prima, com composições lindas. Além da amizade e admiração da pessoa, do compositor, do arranjador, do letrista, no caso, o Vinicius, que era compositor e poeta. Tudo isso nos motivou e tínhamos a ideia de fazer esse álbum já há alguns anos.”
E quando chegou o convite do Sesc, os irmãos acharam que era a hora. “Logo depois que lançamos o disco do Tito Madi (2019), já começamos a fazer esse. É claro que está reduzido, pois são apenas 12 faixas, e a obra deles é grande. Escolhemos o repertório dentro da concepção dos discos da Lenita e Elizeth, que gravaram grandes canções da dupla.”
Nana confessa que o que a seduziu mesmo foram as melodias. “Essas músicas dramáticas, com conteúdo dramático”. Em quarentena na cidade mineira de Pequeri, na Zona da Mata, onde os pais tinham uma casa, ela lamenta não poder programar um show. “Infelizmente, por causa da pandemia, não podemos organizar uma turnê agora para divulgar esse trabalho”.
SEQUÊNCIA
A ideia, segundo ela, é continuar com esse tipo de projeto. “O Brasil é muito rico em compositores, como o mineiro Ary Barroso. As pessoas costumam cantar somente as músicas mais conhecidas dele, mas ele tem uma obra fantástica. Ary era muito amigo de meu pai e eu o conheci durante a minha infância. Mas temos muitos outros que gostaria de gravar, como meus irmãos, Dori e Danilo, Marcos Valle, Johnny Alf, Gil, Caetano, Chico e João Donato, entre outros.”
Ela compara a música ao ar que respira. “Em mim, a música é muito intensa e vivo o que eu canto. Sou muito musical, 24 horas por dia. Sempre convivi com ela com meus pais. Minha mãe também cantava muito bem e eu sempre fiquei nas águas dela.”
O cinema, conta, também influenciou sua carreira. “Aquelas trilhas maravilhosas e suas orquestrações. Aí, me juntei ao Dori, que também começou na mesma onda minha, na mesma força musical. Ficamos muito unidos, e nisso eu era a crooner dele. A primeira música que me deu forças e me ajudou a construir um lar para meus filhos foi Saveiro (Dori Caymmi/Nelson Mota), apresentada no Festival Internacional da Canção, em 1966”.
Para Dori, obra inspirou geração
Dori diz que esse álbum é algo que ele vinha pensando há algum tempo. “O professor Danilo Miranda, diretor do Sesc de São Paulo, resolveu fazer um projeto com a Nana e eu pensei nesse repertório por causa da nossa influência na época dos discos de Elizeth e Lenita. Então, fui para a casa da Nana e lá fizemos uma seleção. Eu tinha a ideia de fechar esse triângulo com uma pessoa que acho que canta melhor esse repertório, que é a minha irmã.”
As raízes da inspiração são antigas. “Ela tem uma força que vejo desde o nosso tempo de adolescência. Ainda não vi ninguém que tivesse a capacidade de transmitir essa obra que influenciou a minha geração inteira. Por outro lado, cantamos esse repertório desde a nossa primeira experiência de televisão, um programa que ela fez na extinta TV Tupi, chamado Castelo de Nana. E uma das músicas que marcaram época foi Sem você, que acho uma glória. E, no disco, ela cantou essa música de uma maneira de se tirar o paletó”, aponta.
Dori conta que Nana esperou que ele gravasse a orquestra. Com tudo pronto, foi com ela para o estúdio. “Ficamos somente nós dois, com o pessoal da engenharia. Eu estava de produtor e arranjador do projeto. Gravamos a voz e orquestra”.
Ao longo dos anos, há um entrosamento entre os Caymmi e Jobim, a começar pelo disco Caymmi visita Tom (1964), que acabou por selar a amizade entre Dorival Caymmi (1914/2008) e Tom. Em 2005, Nana e o irmão, Danilo, lançaram Falando de amor, com a participação de instrumentistas que tocaram com o maestro, sob a direção musical de Dori Caymmi. Agora, 25 anos após a morte de Tom e 40 da de Vinicius, a cantora baiana presta novamente um tributo aos autores de Garota de Ipanema.
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A obra está nas plataformas digitais. A versão física, porém, só em agosto. No álbum, releituras de Eu sei que vou te amar e Canção do amor demais, compostas em parceria pela dupla, além de Valsa de Eurídice, de Vinicius, e As praias desertas, de Tom, que Nana considera uma paixão antiga.
Nana conta que um dos motivos que a levaram a gravar o disco foi a grande amizade entre Jobim, Vinicius e o pai dela, Dorival Caymmi. “Sempre fiquei atenta às coisas que o Tom fazia e o que nos motivou a fazer isso foram dois discos, que fizeram o maior sucesso, e também a nossa cabeça na adolescência. Um da Lenita Bruno (1926/1987), Por toda a minha vida, produzido pelo maestro paulista Léo Perac (1911/1993), e outro de Elizeth Cardoso (1920/1990), Canção do amor demais”.
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A artista e Dori trabalharam com Jobim diversas vezes. “É claro que o mérito é deles, pois foram eles que fizeram essa obra-prima, com composições lindas. Além da amizade e admiração da pessoa, do compositor, do arranjador, do letrista, no caso, o Vinicius, que era compositor e poeta. Tudo isso nos motivou e tínhamos a ideia de fazer esse álbum já há alguns anos.”
E quando chegou o convite do Sesc, os irmãos acharam que era a hora. “Logo depois que lançamos o disco do Tito Madi (2019), já começamos a fazer esse. É claro que está reduzido, pois são apenas 12 faixas, e a obra deles é grande. Escolhemos o repertório dentro da concepção dos discos da Lenita e Elizeth, que gravaram grandes canções da dupla.”
Nana confessa que o que a seduziu mesmo foram as melodias. “Essas músicas dramáticas, com conteúdo dramático”. Em quarentena na cidade mineira de Pequeri, na Zona da Mata, onde os pais tinham uma casa, ela lamenta não poder programar um show. “Infelizmente, por causa da pandemia, não podemos organizar uma turnê agora para divulgar esse trabalho”.
SEQUÊNCIA
A ideia, segundo ela, é continuar com esse tipo de projeto. “O Brasil é muito rico em compositores, como o mineiro Ary Barroso. As pessoas costumam cantar somente as músicas mais conhecidas dele, mas ele tem uma obra fantástica. Ary era muito amigo de meu pai e eu o conheci durante a minha infância. Mas temos muitos outros que gostaria de gravar, como meus irmãos, Dori e Danilo, Marcos Valle, Johnny Alf, Gil, Caetano, Chico e João Donato, entre outros.”
Ela compara a música ao ar que respira. “Em mim, a música é muito intensa e vivo o que eu canto. Sou muito musical, 24 horas por dia. Sempre convivi com ela com meus pais. Minha mãe também cantava muito bem e eu sempre fiquei nas águas dela.”
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Para Dori, obra inspirou geração
Dori diz que esse álbum é algo que ele vinha pensando há algum tempo. “O professor Danilo Miranda, diretor do Sesc de São Paulo, resolveu fazer um projeto com a Nana e eu pensei nesse repertório por causa da nossa influência na época dos discos de Elizeth e Lenita. Então, fui para a casa da Nana e lá fizemos uma seleção. Eu tinha a ideia de fechar esse triângulo com uma pessoa que acho que canta melhor esse repertório, que é a minha irmã.”
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Dori conta que Nana esperou que ele gravasse a orquestra. Com tudo pronto, foi com ela para o estúdio. “Ficamos somente nós dois, com o pessoal da engenharia. Eu estava de produtor e arranjador do projeto. Gravamos a voz e orquestra”.
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