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Belo Horizonte vacinou 63.828 pessoas contra a Covid-19 com uma dose da vacina até agora e inicia a distribuição da segunda, que completa a imunização, nesta quarta-feira (3). A nova dose da Coronavac pode ser aplicada entre 14 e 28 dias após a primeira, e é ela que garante a imunidade contra o vírus — prevista para 50,38% de prevenção à contaminação e cobertura total dos quadros graves.
Os primeiros profissionais de saúde vacinados em Minas Gerais e em BH teriam a aplicação da segunda dose já nesta quarta, no Hospital Eduardo de Menezes, onde trabalham, mas o cronograma foi adiado e uma nova data ainda não foi anunciada — a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) garante que ela será aplicada dentro do prazo necessário.
Os primeiros imunizados receberam a primeira dose há 16 dias, em 18 de janeiro. Até obter a nova injeção, a primeiríssima vacinada em Minas, a técnica de enfermagem Maria Bonsucesso, 57, aguarda com expectativa. “Disseram que, a qualquer hora, podem me ligar para eu tomar a segunda dose no hospital. A primeira dose foi como tirar um peso das costas”, conta.
A fabricante da vacina, a chinesa Sinovac, sugere que o imunizante pode ser mais eficaz caso a segunda dose seja conduzida três semanas após a primeira. Em BH, cada hospital terá autonomia para decidir quando aplicará o reforço, desde que ele respeite o intervalo de 14 a 28 dias. De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), essa independência é importante porque cada hospital tem controle sobre a rotina de trabalho dos funcionários, que podem estar de folga em diferentes datas, por exemplo.
Para a pós-doutora em bioquímica Mellanie Fontes-Dutra, o ideal seria haver uma padronização. “Por um lado, teremos pessoas com um regime completo (de vacinação) em um espaço de tempo menor. Por outro, a sinalização de que o regime espaçado por 28 dias tem maior eficácia, também traz benefícios. O ideal é ter uma recomendação uniformizada por parte das instituições desenvolvedoras e autoridades reguladoras, considerando os dados disponíveis”, completa.
Já para o médico e pesquisador do Centro de Pesquisa Clínica e Epidemiológica do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP) Márcio Bittencourt, a questão não tem pertinência significativa frente a outros desafios atuais, como acelerar a disponibilização das vacinas. “A diferença não é grande o suficiente para se preocupar. Mas não é para se atrasar a vacinação sistematicamente, sem data prevista”, diz.
Janela
O médico reforça que o sistema imunológico se fortalece contra o coronavírus gradativamente a partir da vacinação e que, entre uma dose e outra e mesmo após a segunda, continua sendo necessário tomar todos os cuidados para se evitar uma contaminação. É o que a médica Teresa Barros, 37, funcionária do Hospital Eduardo de Menezes, uma das primeiras vacinadas, diz estar seguindo. “Do ponto de vista prático, nada mudou para mim. A sensação é de paz, porque o pesadelo está acabando, mas cuidados como uso de máscara e lavar as mãos continuam”, conclui.
“Se o indivíduo não aderir adequadamente às medidas de enfrentamento, a infecção pode ocorrer, pois o processo de criação da resposta imunológica estará em andamento — e os dados que temos são para um regime completo de duas doses. O sistema imunológico pós a primeira dose já é sensibilizado e cria algum nível de defesa. Mas isso não invalida a necessidade da segunda dose, para amplificar ainda mais essa resposta”, completa a pós-doutora em bioquímica Mellanie Fontes-Dutra.
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Os primeiros profissionais de saúde vacinados em Minas Gerais e em BH teriam a aplicação da segunda dose já nesta quarta, no Hospital Eduardo de Menezes, onde trabalham, mas o cronograma foi adiado e uma nova data ainda não foi anunciada — a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) garante que ela será aplicada dentro do prazo necessário.
Os primeiros imunizados receberam a primeira dose há 16 dias, em 18 de janeiro. Até obter a nova injeção, a primeiríssima vacinada em Minas, a técnica de enfermagem Maria Bonsucesso, 57, aguarda com expectativa. “Disseram que, a qualquer hora, podem me ligar para eu tomar a segunda dose no hospital. A primeira dose foi como tirar um peso das costas”, conta.
A fabricante da vacina, a chinesa Sinovac, sugere que o imunizante pode ser mais eficaz caso a segunda dose seja conduzida três semanas após a primeira. Em BH, cada hospital terá autonomia para decidir quando aplicará o reforço, desde que ele respeite o intervalo de 14 a 28 dias. De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), essa independência é importante porque cada hospital tem controle sobre a rotina de trabalho dos funcionários, que podem estar de folga em diferentes datas, por exemplo.
Para a pós-doutora em bioquímica Mellanie Fontes-Dutra, o ideal seria haver uma padronização. “Por um lado, teremos pessoas com um regime completo (de vacinação) em um espaço de tempo menor. Por outro, a sinalização de que o regime espaçado por 28 dias tem maior eficácia, também traz benefícios. O ideal é ter uma recomendação uniformizada por parte das instituições desenvolvedoras e autoridades reguladoras, considerando os dados disponíveis”, completa.
Já para o médico e pesquisador do Centro de Pesquisa Clínica e Epidemiológica do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP) Márcio Bittencourt, a questão não tem pertinência significativa frente a outros desafios atuais, como acelerar a disponibilização das vacinas. “A diferença não é grande o suficiente para se preocupar. Mas não é para se atrasar a vacinação sistematicamente, sem data prevista”, diz.
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O médico reforça que o sistema imunológico se fortalece contra o coronavírus gradativamente a partir da vacinação e que, entre uma dose e outra e mesmo após a segunda, continua sendo necessário tomar todos os cuidados para se evitar uma contaminação. É o que a médica Teresa Barros, 37, funcionária do Hospital Eduardo de Menezes, uma das primeiras vacinadas, diz estar seguindo. “Do ponto de vista prático, nada mudou para mim. A sensação é de paz, porque o pesadelo está acabando, mas cuidados como uso de máscara e lavar as mãos continuam”, conclui.
“Se o indivíduo não aderir adequadamente às medidas de enfrentamento, a infecção pode ocorrer, pois o processo de criação da resposta imunológica estará em andamento — e os dados que temos são para um regime completo de duas doses. O sistema imunológico pós a primeira dose já é sensibilizado e cria algum nível de defesa. Mas isso não invalida a necessidade da segunda dose, para amplificar ainda mais essa resposta”, completa a pós-doutora em bioquímica Mellanie Fontes-Dutra.