O ato acontece na praça Diogo de Vasconcelos, na região da Savassi, e conta também com a presença de alunos

Professores de escolas e faculdades particulares, além de alguns alunos, se reuniram na manhã de quarta-feira, na praça Diogo de Vasconcelos, na Savassi, para um aulão público. O objetivo do encontro era falar abertamente para a sociedade os motivos pelos quais a categoria está em greve.

A greve foi deflagrada nessa terça, durante assembleia geral da categoria convocada pelo Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro). O principal motivo da paralisação é a mudança de pontos da Convenção Coletiva de Trabalho, proposta pelo Sindicato das Escolas Particulares de minas Gerais (Sinep). Além disso, a categoria reivindica 3% de reajuste salarial, enquanto o sindicato propõe 1%.

“Estamos aqui para mostrar para a população a situação vivida pelos professores da rede particular. Querem retirar pontos (da convenção coletiva) que vão afetar diretamente a vida dos professores. Além disso, as escolas aumentam as mensalidades em 10 ou 12% e querem repassar apenas 1% para uma categoria que não tem ganho real há anos”, explicou a diretora do Sinpro, Marilda Silva.

Na manhã desta quarta-feira, pelo menos duas escolas e três faculdades amanheceram em greve, são eles: Colégio Padre Eustáquio, Colégio Nossa Senhora das Dores, além das Faculdades Fumec, Una e UniBh. Outros Colégios e Faculdades da capital deverão paralisar as atividades a partir de amanhã.

No Colégio Nossa Senhora das Dores, no bairro Floresta, na região leste da capital, os alunos do ensino fundamental e médio estão em semana de provas. De acordo com funcionários, os testes estão sendo aplicados por eles mesmos. A adolescente Ana Clara Maia, de 14 anos, que fez prova no Colégio hoje pela manhã disse que os alunos estão sendo liberados após as provas. “Eu não sabia que o colégio ia estar em greve. Cheguei hoje cedo, fiz prova e fui liberada. Agora estou aguardando o meu escolar. Amanhã teremos mais provas”, disse a estudante.

No Colégio Padre Eustáquio, na região noroeste, cartazes com avisos sobre a paralisação foram afixados nas portarias. No comunicado, a diretoria do colégio informa a suspensão das aulas nestaquarta e quinta-feira. Além disso, pede aos pais dos alunos que acompanhem a situação pelo site da Instituição.

Estudantes apoiam movimento

O aulão público contou com a presença de alunos que apoiam o movimento. Para o estudante Tayllon Gil de Souza, as possíveis mudanças na Convenção Coletiva de Trabalho dos professores, pode afetar, diretamente, a qualidade do ensino. “A qualidade vai ser completamente afetada, porque os professores não terão incentivo para montar aulas e desempenhar o sei papel em sala de aula”, afirmou.

Escolas farão contraproposta

O Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep) informou, em nota, ter realizado na manhã desta quarta-feira, uma assembleia com os representantes das escolas particulares. Como resultado, será apresentada uma contraproposta de acordo, com o objetivo de flexibilizar as mudanças na Convenção Coletiva de Trabalho dos professores. Ficou decidido também que o reajuste salarial pedido pela categoria também será analisado. De acordo com a entidade, a paralisação de hoje atingiu apenas duas escolas de 970 em Contagem e Belo Horizonte.

A nota do Sinep também destaca que “Não existe motivo para greve quando ainda há negociação. Não se pode falar de greve dos professores de forma geral, já que as últimas paralisações realizadas pelo Sinpro não tiveram adesão de nem 2% das escolas”.

Acordo

Está marca para marcada para esta quinta-feira, às
10h, no Tribunal Regional do Trabalho, uma audiência de conciliação entre o sindicato dos professores e o sindicato das escolas particulares. A tarde, a categoria deve se reunir novamente para definir os rumos da paralisação.