Belo Horizonte está entre as cidades mineiras que enfrenta aumento de casos de dengue em relação aos dois últimos anos. Até a última sexta-feira foram 9.536 registros prováveis. Desses, 2.398 foram confirmados e outros 7.138 seguem sendo investigados. Foram descartados 3.008 casos. Além da enfermidade, a gripe assombra os moradores. Até 5 de abril, foram registrados oito casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Destes, sete por H1N1, o mesmo que causou epidemia mundial de gripe suína em 2009, e um por Influenza B. Além disso, dezenas de casos são investigados.
Situações que provocaram uma corrida as nove UPAs da capital mineira. “O que nós percebemos na unidade de Pronto Atendimento é que com a dengue e a Síndrome respiratória, houve um aumento das portas de emergência de 40% do volume de atendimento usual. A alta está concentrada, principalmente, nos serviços pediátricos, com idosos e com pacientes com outras comorbidades”, explicou Alex Sander Sena, gerente de urgência e emergência da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA).
Diante do cenário, a SMSA traçou estratégias para atender os pacientes em Belo Horizonte. “A partir deste final de semana, vamos fazer a abertura dos Centros de Saúde em regionais que notamos o aumento no atendimento e fragilidades. Serão abertos os postos nas regiões Nordeste, Pampulha e Barreiro”, afirmou o gerente. As regionais apresentam grande número de pacientes com dengue. Barreiro lidera com 543 casos. Em seguida, vem a Nordeste com 339. A Pampulha não é a terceira com o maior número de infectados, mas já tem 267 pacientes com a doença.
Outra medida que será tomada pela PBH será a contratação de mais profissionais. Um chamamento público será feito ainda hoje. Reforço também será feito nos insumos. “Estamos fazendo um incremento de pessoas para as unidades de pronto atendimento e para as redes. São mais de 200 profissionais para contratação imediata, dos quais 87 são médicos. São principalmente pediatras e clínicos para suprir a escala de trabalho”, disse Alex Sena. “Também estamos reforçando os insumos de hidratação, nos laboratórios de peidos de exames, e alguns incrementos físicos, como macas, e cadeiras extras nas unidades para dar mais conforto a esses pacientes”, completou.
O gerente ressalta que os moradores também devem procurar as unidades básicas, caso tenha condições, antes de ir diretamente para as UPAs. “Sempre em qualquer caso suspeito deve procurar o atendimento médico de urgência. Os pacientes que têm condições de ir até a unidade básica por meios próprios e se a saúde permitir, deve ir, pois lá serão triados e referenciados para as UPAs. Claro que, se tem gravidade, falta de trasporte, vai para UPA. Por isso vamos reforçar no final de semana”, concluiu o gerente.
Odilon Behrens
Outra medida tomada pela Prefeitura de Belo Horizonte será a abertura de mais 12 leitos extras para atendimento pediátrico no Hospital Odilon Behrens, que também são referenciados para a UPA. Todos os leitos serão para internação.