Festa do varejo

A Black Friday 2025 deve injetar R$ 2,12 bilhões na economia da capital mineira no mês de novembro, um acréscimo de 0,65% em relação ao ano passado. A estimativa é da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), em pesquisa realizada junto a empresários e consumidores. A data, que terá como clímax o dia 28 de novembro, mas fomenta promoções ao longo de todo o mês, já é considerada a segunda mais importante do varejo, perdendo apenas para o Natal.

De acordo com Fernando Cardoso, vice-presidente da CDL/BH, a Black Friday tem duas particularidades. Primeiro, é a data comercial com maior tíquete médio por presente, que neste ano deve alcançar o valor de R$ 859,46 por item. De acordo com a pesquisa, os consumidores estão dispostos a adquirir até três produtos, o que pode elevar esse valor para R$ 2.578,38.

Outra particularidade é que na Black Friday as pessoas compram presentes para si, o que, de certa forma, explica o tíquete médio elevado. Enquanto em datas como Dias das Mães, Dia dos Pais e Dia das Crianças o presente sempre é para outra pessoa – e no Natal costuma ser para várias pessoas –, na Black Friday a compra é para si, em itens como roupas e eletrônicos, ou para a casa, como eletrodomésticos.

“A Black Friday é hoje uma das principais datas do calendário do comércio e deve ter impacto direto na economia da capital. O setor está confiante e se preparando para atender o consumidor com promoções reais e condições facilitadas de pagamento. Essa mobilização dos lojistas reforça o papel do varejo como motor da economia local, gerando empregos, renda e movimentando Belo Horizonte ao longo de todo o mês de novembro”, destaca o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.

A pesquisa da CDL/BH mostrou que 59,36% dos lojistas da capital estão interessados em participar da Black Friday 2025, sendo que, desses, 37,05% já começaram a desempenhar ações para atrair os consumidores. As principais estratégias adotadas até o fim do mês serão descontos atrativos (87,5%), divulgação (85,7%), múltiplas formas de pagamento (51,79%), além de vendas pela internet e redes sociais (12,5%).

Já do lado dos consumidores, em que 41,3% disseram estar dispostos a aproveitar a data, os produtos mais desejados são eletrodomésticos (respostas de 32,1% dos entrevistados, com tíquete médio de R$ 1.529,55), eletrônicos (28,6% e R$ 2.068,33) e roupas (17,9% e R$ 182,14). A expectativa de 35,7% dos entrevistados são descontos maiores que no ano passado.

Cerca de 25% disseram que começam a pesquisar preços na semana que antecede a data comercial. Os demais estudam a variação dos valores entre um mês (19,6%), três meses (19,6%), 15 dias (12,5%) e no próprio dia (5,4%). Já 17,9% não acompanham a variação. O modo de pagamento que será mais utilizado é o Pix (por 46,4% dos consumidores), seguido por cartão de crédito com uma média de cinco parcelas (32,1%) e dinheiro (5,4%).

Tendências da Black Friday 2025 marcam o comércio brasileiro
A maioria dos consumidores de Belo Horizonte (60,7%) deve optar pelas lojas online, enquanto os estabelecimentos físicos serão a escolha de 39,3%. Na pesquisa da CDL/BH, os principais fatores que determinam a escolha do local de compra são agilidade no atendimento (32,14%), bom atendimento (23,21%), ambiente agradável e humanizado (12,5%). Já os fatores que influenciam a compra são desconto e preço (55,4%), qualidade do produto (50%) e facilidade de troca (8,9%).

“A Black Friday mostra que o consumidor valoriza tanto a experiência de compra no ambiente digital quanto o contato humano das lojas físicas. O grande diferencial está no atendimento e na confiança que o comércio local transmite. Essa combinação é essencial para fortalecer o varejo e movimentar a economia da capital”, afirma Souza e Silva.

Já a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG) realizou uma pesquisa sobre as expectativas do varejo para a Black Friday no estado. Segundo o estudo, 39,2% das empresas de varejo mineiras que conhecem a Black Friday pretendem adotar ações para atrair o consumidor, aumento de 1,3 ponto percentual em relação ao ano passado.

Diferentemente do que se imagina, Gabriela Martins, do Núcleo de Pesquisa e Inteligência da Fecomércio MG, revela que o percentual de lojas físicas que vão participar da data em 2025 é de 38,4%, bem superior ao comércio online, em que apenas 21,9% estão dispostos a realizar ações.

Entre os estabelecimentos que não pretendem realizar ações, as principais justificativas são que a Black Friday não gera lucro (15%), pelo baixo fluxo de vendas (14,5%) e a falta de dinheiro para investir (14%). Já entre os que pretendem participar, a maioria (58,3%) acredita que nada pode atrapalhar as vendas desse período. No entanto, 16,6% responderam que a crise econômica e o baixo fluxo no comércio podem prejudicar as vendas, enquanto 13,2% acham que a concorrência pode prejudicar e outros 6% acreditam que a cautela do consumidor devido ao endividamento pode frear o desempenho.

Entre as ações adotadas pelos empresários mineiros na Black Friday 2025, os descontos e promoções lideram as intenções, com 41,1% e 38,6%, respectivamente. Propagandas e divulgações complementam a lista, com 36,7%, seguidas por facilidade de pagamento, com 10,1% (esse tópico da pesquisa permitia mais de uma resposta, portanto, a soma das opções excede 100%).

A principal faixa de desconto máximo declarada pelos empresários do varejo mineiro está entre 20% e 30%, que foi a respostas de 21,7% dos participantes. Na sequência vem o desconto máximo entre 40% e 50% (com 10,8% das declarações) e entre 50% a 60% (8,3%). Mas vale observar que 35,7% dos empresários ainda não definiram essa faixa.

Quanto ao impacto das ações da Black Friday 2025 no volume de vendas das empresas, 22,6% esperam ter um aumento entre 20% e 30%, enquanto 18,1% calculam um crescimento entre 10% e 20%, e 17,4% têm expectativa de ter um incremento entre 30% e 40%.