O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) solicitou à Justiça o bloqueio de mais R$ 1 bilhão da Vale, a fim de garantir a reparação dos danos materiais causados aos moradores evacuados que viviam próximos ao Complexo Minerário de Vargem Grande, em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte. 

As pessoas que residiam no condomínio residencial Solar da Lagoa, nos arredores da barragem, foram retiradas de suas casas no dia 20 de fevereiro, como parte de uma ação preventiva adotada pela mineradora. Na ocasião, a sirene tocou e o nível foi elevado para 2. Na época, a Vale informou que 75 moradores haviam sido evacuados. 

De acordo com o MPMG, a barragem de Vargem Grande possui um volume de rejeitos muito semelhante ao das estruturas rompidas no dia 25 de janeiro, em Brumadinho. “Caso a barragem Vargem Grande se rompa, os danos ambientais serão devastadores, pois a mancha de inundação ultrapassará os limites de Nova Lima e percorrerá os municípios de Rio Acima, Raposos, Sabará, Santa Luzia e outros”, destaca a ação.

No pedido, o órgão relembra que não é possível confirmar nos laudos que atestam a estabilidade da barragem, uma vez que estava comprovado o nível de segurança das barragens da Mina Córrego do Feijão, quando a tragédia aconteceu. "Isso demonstra que o sistema de fiscalização criado pelo Estado de Minas Gerais e o sistema de controle realizado pela Agência Nacional de Mineração - ANM são ineficientes". 

Por essa razão, o Ministério Público requer na ação ajuizada, além do bloqueio, que a mineradora contrate no prazo máximo de três dias, uma nova auditoria técnica independente, reconhecida no mercado, que não tenha prestado serviços anteriormente à Vale. A empresa contratada deve elaborar um relatório sobre a real situação de estabilidade da estrutura. 

Para o órgão, o rompimento em Brumadinho demonstra que a Vale não está adotando as medidas necessárias para manter a segurança de seus empreendimentos. 

Procurada pela reportagem, a Vale ainda não se pronunciou sobre o pedido. Não há informações concretas sobre o número de moradores evacuados na região.