O corpo do jornalista e escritor Hélio Fraga, 84 anos, será enterrado às 12h40 no cemitério Parque da Colina, em Belo Horizonte. Ele morreu na noite desta terça-feira (13/7) em consequência da COVID-19. Natural de Jaraguá, Goiás, deixou sua esposa Ana Maria e dois filhos, Ana Cristina e Marcelo, além de quatro netos, Rafael, Mariana, Larissa e Ian.


Hélio Fraga Atuou como jornalista, editor e colunista nos principais jornais de Minas Gerais. Ele tinha um blog de turismo. Com mais de 20 diplomas, troféus e prêmios internacionais, incluindo oito diplomas de Reconhecimento da Comissão Européia de Turismo - CET e Medalha de Ouro do Governo da França e três títulos de Cidadão Honorário nos Estados Unidos, Hélio Fraga fez mais de 240 viagens ao exterior a partir dos anos 60. Conheceu quase 100 países. Acumulou 10 mil horas de voo em 117 companhias aéreas e mais de 2.500 horas de navegação.
 
"Meu pai foi um homem ímpar. Um exemplo de caráter, integridade e resiliência. Dedicou sua vida à profissão que tanto amava: o jornalismo. Conheceu o mundo inteiro mas não perdeu sua essência e seus valores. Hoje nos resta a saudade e a certeza de que um dia nos encontraremos", disse ao Estado de Minas a filha Ana Cristina.

"O agora saudoso jornalista e escritor Hélio Fraga, que partiu no dia de ontem (13 de julho de 2021) rumo aos mistérios da vida eterna prometida por Jesus Cristo, foi sempre uma pessoa de tratamento ameno e afetuoso por onde passou. Seja na condição de colunista e editor de Esportes do jornal Estado de Minas, no Caderno de Turismo, na assessoria de imprensa da Cemig ou nos casuais encontros na convivência social tínhamos à nossa disposição, o gentil ser humano Hélio Fraga, que se considerava (e o era) autêntico cidadão de Santo Antônio do Monte, onde passou sua infância e ganhou cadeira na Academia Santantoniense de Letras (ACADSAL). O jornalismo e o mundo das letras perdem uma figura de destaque, enquanto eu assisto à partida física definitiva de um grande amigo, incentivador e leitor, que por tantas vezes nos concedeu a honra de sua presença em lançamento de meus livros em Belo Horizonte", escreveu o jornalista, escritor e poeta Carlos Lúcio Gontijo.
 
"Fui colega no Estado de Minas, eu no Diário da Tarde, mas as duas redações eram muito unidas. Era muito amável, gostava muito dele. Passou por grande sofrimento quando perdeu seu filho Luiz Otávio, aos 12 anos, de câncer. Acompanhamos a saga dele tentando salvar o filho, acho que seu primogênito", declarou a jornalista Hélia Ventura.
 
Sobre o falecimento do filho, Hélio Fraga escreveu o livro O menino valente: "Depois de uma dramática experiência pessoal e familiar vivida, a única mensagem que tenho para dar - e que tem sido repetida exaustivamente em paróquias, encontros familiares, movimentos e entidades - é esta: não há tempo melhor aplicado do que aquele destinado aos filhos."
 
"Dos 18 anos de casado, passei 15 anos correndo e trabalhando, absorvido por muitas tarefas, envolvido em várias ocupações, totalmente entregue a um objetivo único e prioritário: construir o futuro para três filhos e minha mulher. Isso me custou longos afastamentos de casa, viagens, estágios, cursos, plantões no jornal, madrugadas no estúdio da televisão, uma vida sempre agitada, atarefada, tormentosa, e apaixonante na dedicação à profissão escolhida - que foi, na verdade, mais importante do que minha família.", disse Hélio Fraga no livro sobre o filho.
 
"E agora, aqui estou eu, de mãos cheias e de coração aberto, diante de todos vocês, que me conhecem muito bem. Aqui está o resultado de tanto esforço: construí o futuro, penosamente, e não sei o que fazer com ele, depois da perda do Luiz Otávio.", afirmou.

"De que valem casa, carros, sala, lote, e tudo o mais que foi possível juntar nesses anos todos de esforço, se ele não está mais aqui para aproveitar isso com a gente? Se o resultado de 30 anos de trabalho fosse consumido agora por um incêndio, e desses bens todos não restasse nada mais do que cinzas, isso não teria a menor importância, não ia provocar o menor abalo em nossa vida, porque a escala de valores mudou, e o dinheiro passou a ter um peso mínimo e relativo em tudo", disse Hélio Fraga no livro.