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Atos de violência contra as mulheres, apenas por serem mulheres, seguem de forma assustadora e sem o menor sinal de trégua. Os feminicídios registrados em Minas até outubro superam os registros do mesmo período do ano passado, com média de uma morte a cada dois dias. Na capital, o cenário é ainda mais alarmante, já que o número de vidas perdidas dobrou em 2025.
Os dados são da Polícia Civil (PC). Nos primeiros dez meses deste ano, 139 mulheres foram assassinadas no território mineiro – até outubro de 2024 eram 135 mortes. Em Belo Horizonte, o total de crimes saltou de sete para 14. Na metrópole, a violência de gênero é escancarada a cada semana, também por conta das tentativas de feminicídio.
Neste ano, já são 22 crimes tentados. Na última quarta-feira (10), uma mulher de 38 anos foi atacada brutalmente a facadas pelo ex-companheiro no bairro Concórdia, na região Nordeste. O homem foi preso no mesmo dia, mas a vítima segue internada.
Um dia depois, outro caso envolvendo ataque com faca aterrorizou a população. Desta vez no interior do Estado. Uma jovem de 21 anos foi esfaqueada pelo ex-namorado até a morte na porta de casa em Itaúna, no Centro-Oeste. O suspeito de 22 anos foi preso na Rodoviária de BH e confessou o crime, segundo a PC.
“Prevenção é a chave” para enfrentar o crime
Doutora em Direito e pesquisadora do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (CRISP) da UFMG, Samantha Nagle Cunha considera que a prevenção é a “chave” para reduzir os casos de feminicídios.
“Tem dois pontos muito importantes que precisamos avançar em Minas: o primeiro é a questão da educação de gênero, que precisa existir no sistema público de ensino e no privado também. Segundo, precisamos produzir dados confiáveis sistematizados entre as forças de segurança pública para podermos enfrentar o feminicídio antes dele ser cometido”, disse.
“O cenário é muito preocupante. Dia sim, dia não as mulheres morrem simplesmente por serem mulheres”, afirma Samantha Nagle, do Crisp/UFMG
Para a especialista, a política de repressão aos homens que cometem esse crime é importante, mas não irá trazer a solução. “O feminicídio hoje é o crime que tem a maior pena máxima, de 40 anos, mas os dados mostram que isso não tem aumentado a segurança das mulheres nem desmotivado os homens. Não adianta lidar depois que a morte aconteceu, temos que lidar antes. Precisamos prevenir antes de remediar”, destacou.
Conforme a pesquisadora, o feminicídio tem “raízes estruturais muito fortes” na sociedade. Samantha considera ainda que “vivemos em uma cultura pautada na objetificação da mulher”, o que corrobora para a falta de segurança das mineiras.
O que diz o Estado?
O Governo de Minas informou que promove diversas políticas de combate e prevenção à violência contra a mulher. As iniciativas são realizadas por órgãos do Executivo como as secretarias de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e de Desenvolvimento Social (Sedese).
Entre as ações listadas estão a ampliação dos serviços de proteção dos Centros de Referência de Assistência Social; a campanha “A violência que os olhos não veem”; o “Protocolo Fale Agora”; o programa “Proteja Minas”; além do monitoramento de agressores, delegacias especializadas e Patrulhas de Prevenção à Violência Doméstica (PPVD).
“As ações são permanentes e integradas entre diversos órgãos (...), garantindo assistência, acolhimento e proteção para que as vítimas também se sintam mais estimuladas a denunciar os crimes”.
Como denunciar violência doméstica
A Polícia Civil orienta que todo caso de violência doméstica e familiar contra a mulher seja denunciado. O registro pode ser feito diretamente em unidade policial, via disques 180 ou 181 e também pela delegacia virtual nos casos de ameaça, vias de fato/lesão corporal e descumprimento de medida protetiva.
Acesse o manual produzido pela Polícia Civil e saiba mais sobre o tema.
Acesse: policiacivil.mg.gov.br/site-pc/pagina/servico-cartilhas-pcmg
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Os dados são da Polícia Civil (PC). Nos primeiros dez meses deste ano, 139 mulheres foram assassinadas no território mineiro – até outubro de 2024 eram 135 mortes. Em Belo Horizonte, o total de crimes saltou de sete para 14. Na metrópole, a violência de gênero é escancarada a cada semana, também por conta das tentativas de feminicídio.
Neste ano, já são 22 crimes tentados. Na última quarta-feira (10), uma mulher de 38 anos foi atacada brutalmente a facadas pelo ex-companheiro no bairro Concórdia, na região Nordeste. O homem foi preso no mesmo dia, mas a vítima segue internada.
Um dia depois, outro caso envolvendo ataque com faca aterrorizou a população. Desta vez no interior do Estado. Uma jovem de 21 anos foi esfaqueada pelo ex-namorado até a morte na porta de casa em Itaúna, no Centro-Oeste. O suspeito de 22 anos foi preso na Rodoviária de BH e confessou o crime, segundo a PC.
“Prevenção é a chave” para enfrentar o crime
Doutora em Direito e pesquisadora do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (CRISP) da UFMG, Samantha Nagle Cunha considera que a prevenção é a “chave” para reduzir os casos de feminicídios.
“Tem dois pontos muito importantes que precisamos avançar em Minas: o primeiro é a questão da educação de gênero, que precisa existir no sistema público de ensino e no privado também. Segundo, precisamos produzir dados confiáveis sistematizados entre as forças de segurança pública para podermos enfrentar o feminicídio antes dele ser cometido”, disse.
“O cenário é muito preocupante. Dia sim, dia não as mulheres morrem simplesmente por serem mulheres”, afirma Samantha Nagle, do Crisp/UFMG
Para a especialista, a política de repressão aos homens que cometem esse crime é importante, mas não irá trazer a solução. “O feminicídio hoje é o crime que tem a maior pena máxima, de 40 anos, mas os dados mostram que isso não tem aumentado a segurança das mulheres nem desmotivado os homens. Não adianta lidar depois que a morte aconteceu, temos que lidar antes. Precisamos prevenir antes de remediar”, destacou.
Conforme a pesquisadora, o feminicídio tem “raízes estruturais muito fortes” na sociedade. Samantha considera ainda que “vivemos em uma cultura pautada na objetificação da mulher”, o que corrobora para a falta de segurança das mineiras.
O que diz o Estado?
O Governo de Minas informou que promove diversas políticas de combate e prevenção à violência contra a mulher. As iniciativas são realizadas por órgãos do Executivo como as secretarias de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e de Desenvolvimento Social (Sedese).
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Como denunciar violência doméstica
A Polícia Civil orienta que todo caso de violência doméstica e familiar contra a mulher seja denunciado. O registro pode ser feito diretamente em unidade policial, via disques 180 ou 181 e também pela delegacia virtual nos casos de ameaça, vias de fato/lesão corporal e descumprimento de medida protetiva.
Acesse o manual produzido pela Polícia Civil e saiba mais sobre o tema.
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