Trabalhadores do metrô de Belo Horizonte vão manter a greve até que uma próxima assembleia da categoria seja realizada. Em uma reunião dos funcionários do transporte público, nesta quinta-feira (9), na Estação Central de BH, ficou decidido pela manutenção da paralisação. A categoria alega "falta de diálogo" com o governo federal. A greve começou em 15 de fevereiro.

As condições para o fim do movimento seguem as mesmas informadas na última sexta-feira (3). O Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais (Sindimetro) cobra da União a suspensão de uma resolução que impede que os trabalhadores sejam transferidos para outras empresas estatais, evitando, assim, as demissões.

A resolução em questão é a 206 do Programa de Parcerias de Investimentos, criada pelo Ministério da Economia em dezembro de 2021, na época comandado por Paulo Guedes. Caso ocorra uma sinalização sobre a suspensão da medida, os metroviários poderão encerrar a paralisação nesta terça-feira (7), durante nova assembleia.
O Sindmetro também prepara uma caravana até Brasília, na próxima quarta (8), quando vão tentar falar com o presidente Lula (PT).

Entenda a greve
Em dezembro do ano passado, o metrô de BH foi privatizado em leilão realizado em São Paulo. O Grupo Comporte – que reúne empresas de transporte rodoviário e urbano de passageiros, cargas e turismos – venceu o leilão de concessão com lance único de R$ 25,75 milhões. 

Em 15 de fevereiro, os servidores optaram por realizar uma paralisação cobrando o fim da privatização. O Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Regional (TRT-3) determinou que os servidores mantenham escala mínima de 70% no funcionamento do serviço, eles optaram por não aderir à redução e fazer a greve total.
Os metroviários reclamam que não foram ouvidos durante o processo de elaboração do edital de concessão do serviço em BH e temem a falta de estabilidade após a desestatização.