Contra Privatização

Manifestantes contrários à privatização da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) marcam presença na Praça Raul Soares, na região Centro-Sul de Belo Horizonte neste sábado (1°). O protesto é contra a PEC 24/2023, que retira a necessidade de referendo popular para vender a estatal. 

A mobilização conta com trabalhadores do Saneamento de Minas Gerais, que são contra a privatização. Frases como “Água sem lucro, a Copasa é nossa” e “Água da privada não dá para engolir” são estampadas pelos manifestantes presentes. 

A proposta, de autoria do governador Romeu Zema (Novo), prevê que a privatização ou federalização da Copasa possa ocorrer para pagamento da dívida do estado com a União, como exige o Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), ou para cumprimento de outras obrigações financeiras relacionadas ao financiamento da dívida.

O texto foi aprovado em primeiro turno com 52 votos favoráveis e 18 contrários. A votação em segundo turno ocorre na próxima quarta-feira (5). 

Privatização da Copasa não ‘vale a pena’, diz presidente de sindicato

Presente na manifestação, o presidente do Sindágua, Eduardo Pereira, afirmou que a privatização da Copasa “não vale a pena”. O sindicalista citou exemplos de outras cidades que privatizaram os serviços de saneamento básico e tiveram prejuízos nos serviços. 

“Em Ouro Preto, por exemplo, que nunca teve Copasa e contava com um departamento municipal, a tarifa de água aumentou 200% após a privatização. O prefeito que idealizou o projeto não conseguiu se reeleger, e vários vereadores que o apoiaram também perderam o mandato”, conta. 

Segundo Pereira, outras capitais como Manaus, São Paulo, e o estado do Rio Grande do Sul tiveram prejuízos após a privatização do saneamento. Para Pereira, “não há justificativa” para vender a estatal. 

“O que vemos na Assembleia Legislativa são deputados apoiando uma intenção ideológica do governo do estado de vender a melhor empresa de saneamento do país, sem qualquer justificativa”, destaca. 

O manifestante completa dizendo que o protesto busca chamar a atenção dos deputados. “Precisamos mudar o voto de cinco parlamentares, para que saibam que, se não mudarem no segundo turno, perderão votos nas eleições de 2026”.