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Mais agressiva, gripe já matou 57 mineiros em 2018, quase o dobro do ano passado

25/07/2018 00h00 - Atualizado em 21/03/2019 12h36 por Admin


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Mariana Durães e Bruno Inácio
horizontes@hojeemdia.com.br

As mortes por gripe aumentaram nada menos que 90% no Estado. Até a segunda quinzena de julho deste ano, 57 mineiros perderam a vida após ficar doentes. No mesmo período de 2017 foram 30 óbitos.

O avanço do vírus H1N1, mais agressivo e de maior circulação no país, é o principal motivo para o salto nas ocorrências. A demora para se atingir a meta de vacinação na campanha nacional, que foi prorrogada por duas vezes, também pode ter influenciado.

Os dados divulgados pelo Ministério da Saúde não detalham o perfil das vítimas, mas especialistas acreditam que a maior parte é formada por idosos que já estavam em tratamento em decorrência de outras enfermidades.

O alerta contra a gripe é reforçado em razão do inverno – época de maior contágio –, que se estende por mais dois meses.

“Existem três tipos do vírus (além do H1N1, o H3N2 e influenza B) que circulam no Brasil. Um deles é mais brando (H3N2), mas o H1N1 é historicamente responsável por mais óbitos, em adultos e idosos que já têm alguma doença, o que é um fator de risco”, diz o infectologista Unaí Tupinambás.

Altamente contagiosa, a gripe pode ser prevenida com a vacina. Presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Estevão Urbano acrescenta que muitas pessoas se imunizaram quando os vírus já estavam em circulação. “Elas não se protegeram a tempo, essa é uma hipótese que não podemos descartar”. Para o médico, diagnóstico e tratamento tardios também devem ser levados em conta.

Além das mortes, as internações provocadas pela doença também registraram crescimento. Foram 170 casos em 2018 contra 148 no ano passado, um aumento de 15%

Diretamente

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) reforça que o aumento das mortes está diretamente relacionado ao tipo mais agressivo do vírus. No ano passado, segundo a pasta, o H3N2 foi percebido de forma mais intensa, enquanto, em 2018, a predominância tem sido do H1N1. Conforme a pasta, a circulação é maior nas regionais de saúde de Belo Horizonte, Uberlândia (Triângulo) e Leopoldina e Ubá (Zona da Mata).

Vacinação

Minas Gerais conseguiu bater a meta de vacinar 90% do público-alvo. Mas, mesmo tendo sido iniciada em abril, a campanha de imunização ainda não alcançou os números esperados para gestantes e crianças. No Estado, a proteção desses grupos não passa de 84%. Na capital, a taxa é ainda menor, em torno de 70%.

“Isso pode estar acontecendo pelo descuido das famílias. Há também grávidas com medo de contrair gripe ao receber a dose, o que não é verdade”, diz o infectologista Marcelo Silva de Oliveira, da Sociedade Brasileira de Infectologia.

Ações

Conforme a SES, municípios que não atingiram a meta deverão “buscar estratégias para continuar vacinando os grupos prioritários, em especial, crianças, gestantes, idosos e pessoas com comorbidades (associação de duas ou mais doenças)”. A pasta reforça que a ação contribui para a redução das complicações, internações e mortes causadas pela gripe.

De acordo com a Secretaria de Saúde de BH, desde 22 de junho, as vacinas que sobraram da campanha nacional estão disponíveis nos 152 postos da capital para crianças, gestantes e mulheres com até 45 dias após o parto.

A medida só não é recomendada para pessoas com alergia à proteína do ovo – usada na fabricação da dose.