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Já pensou em ganhar R$ 100 de repente? É o que pode acontecer nos próximos dias com alguns moradores de Belo Horizonte, especialmente, aqueles que vendem produtos ou serviços. Por meio de uma ação solidária, um investidor da Bolsa de Valores tem a missão de distribuir parte dos lucros obtidos nas operações para desconhecidos. Nesta sexta-feira (26/5), ele começou as abordagens, e o Estado de Minas acompanhou a saga.
O mineiro, natural de Juiz de Fora, é desenvolvedor de softwares e prefere não se identificar para manter a vida e as atitudes preservadas. "Prefiro manter o anonimato porque não quero ser visto como alguém que faz marketing em cima da vulnerabilidade de outras pessoas. Muitos acham que é uma estratégia, que a qualquer momento posso anunciar a venda de um produto, mas a ideia não é essa", diz o investidor.
Na tarde desta sexta-feira, ele andou pela Praça da Liberdade, na região Centro-Sul de BH. Ponto turístico da cidade, o local concentra ambulantes que oferecem produtos para os visitantes dos vários museus no entorno. Simples, ele e esposa caminham à procura de alguém que esteja suscetível a receber o dinheiro.
"A ação é voltada para trabalhadores que estão na batalha do dia a dia, como ambulantes e entregadores. Não vai mudar a vida deles, mas influencia de forma positiva, até mesmo na questão psicológica. Eles percebem que alguém se importa", explica.
Quem recebeu a primeira doação foi o Paulo, um vendedor de algodão doce. Com uma abordagem de quem vai comprar, o investidor perguntou quanto custava o produto. "É R$ 10", disse o ambulante. De repente, o trader tirou R$ 100 para pagar e entregou ao homem, que recebeu o dinheiro de forma tímida.
Paulo ficou tímido ao receber os R$200 e afirma que 'ajudou demais'
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
"Não tenho troco", disse e, em seguida, ouviu "não quero troco, é para você. Aliás, me dá outro algodão doce?", perguntou o investidor, que pagou com mais uma nota de R$ 100.
À reportagem, o vendedor disse que o dia estava ruim e estava nas ruas desde as 8h. "Hoje eu só vendi dois. Ainda não consegui parar e comer alguma coisa, mas vou agora. Quando vendo todos os algodões doces, dá uma média de R$ 500. Esse dinheiro me ajudou bastante", conta.
'Propósito de vida'
Enquanto procuravam outra pessoa para receber a doação, o casal afirma que o projeto 'Trader do bem' é um propósito de vida, e ambos vivem disso. Ela, que é doutora em enfermagem, conta que estão casados há quase sete anos e fazer as doações a fez perceber a rua de outra forma. "Às vezes estamos andando de um ponto a outro e não observamos como a rua está acontecendo. Com esse trabalho, a gente se sente em comunidade. Mais do que doar o dinheiro, mostramos que pertencemos àquele espaço", diz.
Logo outra vendedora foi avistada. Desta vez, é Cláudia Márcia, que vende água de coco na praça. O investidor pediu uma água de R$ 10, e a vendedora logo preparou a garrafinha. Na hora do pagamento, a mesma situação. Desconfiada, ela disse que não tinha troco para R$ 100. "Pode ficar com o troco", disse o homem, que pediu mais água e, novamente, entregou outra nota.
Cláudia 'mal acreditou' que dois cocos foram vendidos por R$150
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Muito empolgada, Cláudia se surpreendeu com a atitude, que mais parecia como a de um filme. "A gente só vê filmes, aqueles americanos quando vão dar gorjeta. Achei que fosse até mentira", diz. Mãe de três filhos, ela trabalha como ambulante na praça, ao lado do marido. Eles vendem coco e pipoca, mas, durante o inverno, o faturamento da água costuma ser baixo.
"Já cheguei a faturar R$ 400 quando vendo todos os cocos, mas no inverno é complicado. Esses R$ 150 que ele pagou já cobrem, praticamente, o dia inteiro; ficaria faltando só um para acabar. Fiquei muito alegre, mas eu vou guardar esse dinheiro no banco, nunca recebi tanto assim de um desconhecido", finaliza.
O casal não trabalha mais nas áreas de origem e vivem com os rendimentos das operações no mercado financeiro. Cerca de R$ 5 mil são destinados para as doações a cada mês e, além das entregas nas ruas, eles escolhem instituições de caridade para receber o dinheiro.
A ação continua nas ruas de BH pelos próximos 12 dias, mas sem locais definidos. Eles divulgam as doações pelo Instagram, no perfil Trader do Bem.
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Na tarde desta sexta-feira, ele andou pela Praça da Liberdade, na região Centro-Sul de BH. Ponto turístico da cidade, o local concentra ambulantes que oferecem produtos para os visitantes dos vários museus no entorno. Simples, ele e esposa caminham à procura de alguém que esteja suscetível a receber o dinheiro.
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Quem recebeu a primeira doação foi o Paulo, um vendedor de algodão doce. Com uma abordagem de quem vai comprar, o investidor perguntou quanto custava o produto. "É R$ 10", disse o ambulante. De repente, o trader tirou R$ 100 para pagar e entregou ao homem, que recebeu o dinheiro de forma tímida.
Paulo ficou tímido ao receber os R$200 e afirma que 'ajudou demais'
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"Não tenho troco", disse e, em seguida, ouviu "não quero troco, é para você. Aliás, me dá outro algodão doce?", perguntou o investidor, que pagou com mais uma nota de R$ 100.
À reportagem, o vendedor disse que o dia estava ruim e estava nas ruas desde as 8h. "Hoje eu só vendi dois. Ainda não consegui parar e comer alguma coisa, mas vou agora. Quando vendo todos os algodões doces, dá uma média de R$ 500. Esse dinheiro me ajudou bastante", conta.
'Propósito de vida'
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Logo outra vendedora foi avistada. Desta vez, é Cláudia Márcia, que vende água de coco na praça. O investidor pediu uma água de R$ 10, e a vendedora logo preparou a garrafinha. Na hora do pagamento, a mesma situação. Desconfiada, ela disse que não tinha troco para R$ 100. "Pode ficar com o troco", disse o homem, que pediu mais água e, novamente, entregou outra nota.
Cláudia 'mal acreditou' que dois cocos foram vendidos por R$150
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Muito empolgada, Cláudia se surpreendeu com a atitude, que mais parecia como a de um filme. "A gente só vê filmes, aqueles americanos quando vão dar gorjeta. Achei que fosse até mentira", diz. Mãe de três filhos, ela trabalha como ambulante na praça, ao lado do marido. Eles vendem coco e pipoca, mas, durante o inverno, o faturamento da água costuma ser baixo.
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A ação continua nas ruas de BH pelos próximos 12 dias, mas sem locais definidos. Eles divulgam as doações pelo Instagram, no perfil Trader do Bem.