A ação da Polícia Civil colocou fim a momentos de terror vividos por dois idosos, de 67 e 69 anos. Os dois foram sequestrados e levados para um cativeiro, onde foram amarradas e encapuzadas por criminosos. O bando já negociava o valor do resgate, quando acabaram descobertos por equipes de policiais da Região do Rio Doce e da delegacia Antisequestro do Departamento de Operações Especiais (Deoesp). Seis homens e uma mulher foram presos, e um adolescente detido.

A ação criminosa começou na última segunda-feira. De acordo com o delegado Ramon Sandoli, do Deoesp, uma idosa estava em uma propriedade rural no distrito de Floresta, em Central de Minas, junto com um amigo. “Por volta das 7h, eles foram abordados por membros da quadrilha. O amigo foi levado por estar ali. Os dois foram encapuzados e levados para o primeiro cativeiro”, afirmou.

Equipes da Polícia Civil de Governador Valadares, Mantena, Teófilio Otoni, e da delegacia antisequestro de Belo Horizonte, começaram as diligências e conseguiram chegar a três membros da organização criminosa. Os investigadores conseguiram informações sobre carros de suspeitos e chegou até eles. “Fizemos as diligências e conseguimos chegar a três indivíduos que tiveram participação ativa neste crime”, explicou Sandoli. Entre os detidos está o homem apontado como líder do grupo.
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Com a prisão de parte do bando, as vítimas foram levadas para um outro cativeiro. Elas foram encontradas em Alpercarta, na Região do Rio Doce.  No total, oito integrantes da quadrilha foram encontrados.

Risco de vida

Os idosos foram encontrados debilitados e até corriam risco de vida. “Eles foram muito maltratados. Estavam debilitados, amarrados, sujas. Foi uma crueldade imensa como trataram essas vítimas. Um médico, ao atender uma delas, disse que se não chegasse rapidamente poderia morrer. Temos mostra da crueldade e da maldade com que trataram eles”, comentou o delegado.


De acordo com Sandoli, as vítimas foram mantidas amarradas, encapuzadas em um cômodo fechado e sentados no chão. Não tinham acesso a banheiro limpo. “Faziam xixi nas roupas, não se alimentavam direito e tomavam pouca água. Estavam com os rostos cobertos, então, quase se asfixiaram”, disse Sandoli.

Delegado Ramon Sandoli, da Delegacia Antisequestro, comandou as investigações(foto: Polícia Civil / Divulgação)
Delegado Ramon Sandoli, da Delegacia Antisequestro, comandou as investigações(foto: Polícia Civil / Divulgação)

Quadrilha liderada por ciganos


As investigações apontaram que a quadrilha é liderada por um cigano da região onde a vítima tinha uma propriedade rural. Ele já conhecia a idosa por negociar terras na comunidade. “Já tinha conhecimento da capacidade econômica dela de pagar o valor de resgate que eles pediram”, contou o delegado.

Ao serem presos, os integrantes do bando negaram os crimes. Mas, segundo Sandoli, há elementos “razoáveis da convicção da participação ativa deles” no sequestro. As investigações apontaram que cada um deles tinha uma função, como cuidar do cativeiro, fazer a transferência dos reféns, negociar o resgate, entre outros. A Polícia Civil ainda busca mais suspeitos de participação no sequestro.