De jovens assistidos a oficineiros, participantes buscaram o programa de Prevenção de Homicídio do Governo de Minas Gerais e encontraram novos horizontes e uma profissão
Ivo dos Santos recorda com carinho de quando entrou para as oficinas do Fica Vivo!, no Centro de Prevenção à Criminalidade (CPC) Ribeiro de Abreu, aos 12 anos. No decorrer do tempo, participou de aulas de percussão, capoeira e futsal. Hoje, com 27, integra o time de oficineiros do Fica Vivo!, que multiplica conhecimentos para os mais de 400 jovens participantes da região.
Ivo dos Santos atua como oficineiro e ministra as aulas de corte de cabelo (Crédito: Carlos Alberto/Imprensa MG)É possível ver o efeito do programa do Governo de Minas Gerais, executado via Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), no cotidiano dos jovens que estão começando as oficinas e, principalmente, na vida daqueles que já passaram por elas e hoje são monitores, inspirando a juventude local.
Há dois anos, toda segunda e quarta-feira, Ivo ensina o seu ofício de cabelereiro a uma média de 30 alunos - profissão que exerce há mais de dez anos. Ele conta que foi estimulado por outro oficineiro a ministrar as aulas de corte de cabelo, recebendo auxílio e incentivo deste para montar e apresentar o projeto.
“Sou muito grato ao que o Fica Vivo! me proporcionou. Marcou a minha trajetória e tem trazido benefícios para a juventude da comunidade, que não possui muitas opções de lazer no território” revela.
Um dos alunos da oficina é Richard Marcedo, um adolescente de 13 anos. Apesar de ter iniciado o curso de corte de cabelo há apenas um mês, Richard conta que já aprendeu várias técnicas. Ele tem Ivo como uma referência de vida e cogita seguir os passos do mestre. “Gostaria muito de trabalhar como cabeleireiro um dia e também de me tornar oficineiro como ele”, conta o jovem.
As oficinas do programa Fica Vivo!, no CPC Ribeiro de Abreu, são diversas. Hoje, são mais de 20, incluindo aulas gratuitas de vôlei, basquete, percussão, dança, artesanato, dentre outras. Além do Conjunto Ribeiro de Abreu, o centro também atende os bairros vizinhos, Paulo VI e CBTU, na região nordeste de Belo Horizonte.
Com as oficinas, os jovens têm oportunidade de desenvolver outras habilidades e se capacitar. Para a subsecretária de Prevenção à Criminalidade da Sesp, Andreza Gomes, as atividades também se transformam em um espaço para diálogo. Assim, além de se manterem ativos, os participantes ainda podem discutir sobre perspectivas de vida e futuro profissional.
“Temos vários exemplos de jovens que se tornaram oficineiros no Estado. Isso é a maior prova de que o programa funciona e tem trazido bons resultados”, observa a subsecretária.
A história de Handel Barros também demonstra o sucesso do programa. Assim como Ivo, ele foi um jovem assistido e, desde os 12 anos, participa ativamente das oficinas do Fica Vivo! Hoje, com 23 anos, é técnico da oficina de basquete e irá concluir a graduação em direito no próximo ano.
Handel reforça a importância da prevenção à criminalidade para toda a região. “ O CPC traz estrutura para a comunidade, cultura e atividades para alcançar os jovens e dar outras oportunidades de vida para eles”, aponta.
Heros Alexandre Souza, de 15 anos, é um dos jovens assistidos e, da oficina de vôlei, migrou para a de basquete há um mês. Depois de participar do programa, diz que aprendeu mais sobre trabalho em equipe, disciplina e respeito com os colegas. Ele percebe a mudança no bairro, e ressalta que desde a criação do programa é menor o número de jovens nas ruas.
O Fica Vivo!
O Estado conta com o Fica Vivo! em cerca 200 bairros espalhados pelos municípios de Minas Gerais. Os jovens de 12 a 24 anos que forem moradores de alguma região que possua o Centro de Prevenção à Criminalidade podem participar das oficinas. Para isso, é preciso apenas comparecer ao CPC mais próximo.