Bispo da Universal, vereador Fernando Luiz (PSB) afirma que igrejas devem voltar a realizar reuniões para conscientizar população
A Frente Parlamentar Cristã da Câmara Municipal de Belo Horizonte se reunirá pessoalmente, na próxima segunda-feira (27), com o prefeito da capital, Alexandre Kalil (PSD), para apresentar o requerimento de flexibilização de funcionamento dos centros religiosos da cidade. O objetivo do grupo, que se encontrou nesta quinta-feira (23) na casa legislativa, é pedir que a prefeitura regulamente a realização de cultos e missas em BH, permitindo até 30% de lotação dos espaços.

Estabelecimentos cujo funcionamento implique em aglomeração popular, como comércio e serviços, estão proibidos de funcionar em BH há pouco mais de um mês. As igrejas não foram citadas nos decretos da prefeitura, mas encerraram suas atividades de público, transferindo-as para transmissões on-line, com o objetivo de prevenção da proliferação do novo coronavírus entre os fiéis e a sociedade.


No entanto, a Frente Cristã quer que a prefeitura da capital regulamente o retorno de atos eclesiásticos, definindo critérios às igrejas católicas, evangélicas e demais denominações, como a limitação da ocupação dos templos em 30%, a obrigatoriedade de distanciamento físico de fiéis e a disponibilização de itens como o álcool em gel.

Mesmo seguindo esses critérios, na opinião do infectologista Estevão Urbano, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia e membro do Comitê de Enfrentamento à Epidemia da Covid-19, o retorno das igrejas significaria um retrocesso e colocaria em risco o combate ao novo coronavírus.

Por que reabrir?

Para o vereador Fernando Luiz (PSB), bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, as igrejas devem poder reabrir, pois têm papel fundamental de comunicação com a população. "Queremos voltar a ter reuniões para ter mais contato com as pessoas e conscientizá-las do perigo que é essa pandemia. Se tivermos reuniões com 30 pessoas, obedecendo regras de distanciamento, estaremos colaborando ainda mais com a cidade", disse.

Na reunião realizada nesta quinta-feira na Câmara, o autor do requerimento para a reabertura das igrejas, vereador Autair Gomes (PSC), confirmou que haverá uma reunião com o prefeito na próxima segunda-feira e que o gestor está receptivo à volta das sessões religiosas na cidade.

"A reunião foi muito boa, com participação de diversas lideranças religiosas. Ao final, fizemos o encaminhamento de um documento que será entregue ao prefeito. Tentamos entregar nesta quinta, mas Kalil já tinha deixado a prefeitura. Vamos tentar entregar amanhã (sexta), mas já está marcada uma reunião de entrega na segunda-feira", afirmou.


A reunião contou ainda com a participação por videoconferência da secretária Municipal de Política Urbana, Maria Fernandes Caldas. A reportagem procurou a gestora, por meio da assessoria de imprensa da prefeitura, mas foi informada que não haverá posicionamento ou entrevistas sobre o assunto no momento. "Maria Caldas está aberta ao diálogo. Na verdade, o prefeito também está receptivo, com todas as precauções que serão tomadas", disse Gomes.

Em nota, a Arquidiocese de Belo Horizonte informou que está atenta às recomendações das autoridades em saúde para planejar a reabertura das igrejas. Para a entidade, não é possível fazer projeções, pois ainda pouco se conhece sobre a pandemia. 

“Por enquanto, prevalecem as mesmas recomendações aos fiéis – evitem aglomerações, vivenciem os momentos de oração nos lares, em família, saiam de casa somente quando for inevitável. É um período de sacrifícios, em que não podemos nos congregar nos templos, mas, a cada dia que passa, aproxima-se o momento em que nos reencontraremos nas nossas igrejas”, informa o texto.