COVID-19


No atual ritmo, ampliação de público-alvo exigiria novas remessas já na próxima semana. Imunizantes para 'reforço' estão garantidos

Vacinação de pessoas com idades entre 86 e 88 anos na capital começou no sábado: cidade administra média de 9.008 doses por dia desde janeiro(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
  
Para continuar avançando na campanha de imunização contra a COVID-19, a capital mineira precisaria receber novas remessas de vacinas no início da próxima semana. O estoque de imunizantes para aplicação de primeira dose do município deve durar, na melhor das hipóteses, mais quatro dias. Depois disso, sobrarão apenas as doses de reforço, reservadas a quem já recebeu a primeira aplicação. Os cálculos foram feitos com base em dados divulgados pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) na tarde dessa quarta-feira (17/2).


Segundo o “vacinômetro” da PBH, a capital recebeu, até o momento, 242.220 doses de vacina, sendo 201.720 de CoronoVac, criada pelo laboratório chinês Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, e 40.500 de Covishield, produto desenvolvido pela Universidade de Oxford com o laboratório AstraZeneca, com parceria da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Ou seja: 100.680 primeiras doses de CoronaVac e 40.500 doses iniciais da Covishield. No caso da CoronaVac, a segunda dose deve ser aplicada num intervalo de duas a quatro semanas em relação à primeira, e, para isso, é necessário guardar estoques para completar o esquema vacinal.  Já a Covishield deve ser reforçada em um intervalo de dois a três meses, o que dá mais tempo para a chegada de novas remessas. 


Cerca de 77% do volume de primeiras doses (109.579) já foi utilizado. Restam, portanto, 31.782 doses nos postos municipais para oferta aos moradores de Belo Horizonte. O ritmo vacinal da capital mineira é de aproximadamente 9.008 administrações diárias, o que significa que os imunizantes para primeira dose se esgotarão em 3,5 dias. O cronograma prosseguirá depois disso, mas só com a complementação do esquema vacinal das pessoas incluídas nessa fase da imunização,  até que novas remessas sejam entregues.


Garantia 
 

Procurada pela reportagem, a prefeitura reforçou que não haverá suspensão da campanha por falta de estoque em BH dentro dos grupos que já vêm sendo vacinados. 


A administração municipal explicou que “define os estratos etários dos idosos e grupos prioritários conforme o efetivo recebimento das vacinas, de forma a ter a garantia da segunda dose da CoronoVac e contemplar toda a população definida”.


Sobre o recebimento de novas remessas, a Secretaria Municipal de Saúde informou que aguarda informações, que deverão ser repassadas para o município por meio da Secretaria de Estado de Saúde e Ministério da Saúde.  


“É fundamental que novas remessas de vacinas continuem chegando a Belo Horizonte para que os públicos imunizados sejam ampliados cada vez mais. Com isso será possível melhorar a situação epidemiológica e a pressão na assistência no município”, diz a nota enviada à reportagem.


A distribuição dos imunizantes é feita pelo ministério aos estados e por esses aos municípios, dentro do Plano Nacional de Imunização (PNI). Também a ordem de prioridade segue os critérios do PNI. 
 
Atualmente, estão sendo vacinados em BH idosos e deficientes institucionalizados, pessoas com 86 anos que não estão nessa condição, e parte dos profissionais da saúde.


Previsão 
 

Em tom otimista, o Secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, disse, em 11 de janeiro que Minas, responsável pelo repasse das vacinas a BH, deve receber novos carregamentos do governo federal ainda em fevereiro. 


O dirigente conta com o volume de 13,9 milhões de unidades prometido recentemente pelo Ministério da Saúde, composto dos seguintes produtos: 5,3 milhões de frascos de Covishield, obtidos por meio do consórcio Covax Facility e 8,6 milhões de ampolas de CoronaVac, produção já iniciada pelo Butantan.


Segundo o critério de distribuição proporcional adotado pelo Plano Nacional de Imunização (PNI), o estado teria direito a cerca de 20% desse montante. Ou seja: 2,78 milhões de doses. Desse total, caberia a Belo Horizonte em torno de 556 mil doses (20%).