Sete coletivos foram alvos de ataques na capital e na região metropolitana desde o dia 12 de abril. Licitação para auditoria das contas das concessionárias de ônibus segue sob análise da prefeitura.

Por G1 MG, Belo Horizonte

O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) disse nesta terça-feira (17) que não tem dinheiro para repor os ônibus que estão sendo alvos de ataques em Belo Horizonte. Desde o dia 12 de abril, sete coletivos foram incendiados na capital e na região metropolitana.

O último registro aconteceu na noite desta segunda-feira (17) quando criminosos queimaram um ônibus da linha 617 (Estação Pampulha/Piratininga via Rio Branco) no bairro Piratininga, na Região de Venda Nova, em Belo Horizonte. Segundo a Polícia Militar, o ataque aconteceu no ponto final, na Rua Zélia. Os suspeitos seriam adolescentes e teriam fugido para uma comunidade perto do local.

O Setra-BH disse que um ônibus convencional queimado significa um prejuízo de R$ 400 mil. Ainda segundo o órgão, “não há seguro contra ações dessa natureza”. O sindicato alegou que o setor atravessa situação crítica porque os custos de operação aumentaram e não houve reajuste no valor das passagens em dezembro de 2017, o que, segundo o Setra-BH, está previsto em contrato.

O prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PHS) disse no fim do ano passado que o aumento das tarifas seria “zero”. No dia 8 de julho de 2017, ele postou no Twitter que as passagens de ônibus não sofreriam reajustes até que a "caixa-preta" da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) fosse aberta.

Auditoria

Em fevereiro, a BHTrans realizou a abertura de envelopes com a proposta para fazer a auditoria das contas das quatro concessionárias de ônibus que atendem a cidade e do Consórcio Operacional do Transporte Coletivo de Passageiros por Ônibus (Transfácil).

A Maciel Consultores foi a única a participar da licitação. A proposta técnica segue sob avaliação da prefeitura.

O Movimento Tarifa Zero protestou contra a auditoria proposta. O grupo chegou a protocolar em setembro uma denúncia no Ministério Público (MP) pedindo o cancelamento da concorrência e a abertura de novo processo “que garanta uma auditoria, contábil e financeira de todo o sistema de ônibus, inclusive do sistema de bilhetagem eletrônica”, acesso da população aos relatórios e que a empresa responsável pelas pesquisas anteriores seja proibida de participar. A denúncia não foi acolhida.