AJUDA AO PRÓXIMO


A adolescente Ana Júlia Ferreira acordou cedo neste sábado (18) e foi para a Escola de dança Razões do Corpo, no Alípio de Melo, região Noroeste da capital, onde frequentou 15, dos 17 anos de vida. Mas, desta vez, o motivo foi diferente. Ela e outras dezenas de pessoas aderiram ao drive-thru de alimentos promovido pela instituição de ensino para ajudar moradores de rua e de aglomerados. 
 
"Vemos tantas pessoas passando dificuldades nesse momento. E me deu tanto orgulho por ver minha escola, onde frequento desde bem pequena, fazendo uma ação do bem. Estou muito feliz ", disse. 
 
O orgulho da menina é compartilhado pela diretora da instituição de ensino, Cynthia Corrêa. Segundo ela, a ideia de fazer o ponto de entrega de alimentos surgiu da luta de uma ex-aluna que venceu um câncer e passou a se dedicar a ajudar pessoas em situação de rua e as que vivem em periferias. "Mesmo sendo grupo de risco para o coronavírus, ela segue nas ruas com o projeto Amor ao Próximo BH", conta Cynthia. 
 
A iniciativa substituiu evento feito duas vezes ao ano, ao final de cada semestre pela escola. Na entrada, o público sempre deixava um alimento para doação. Como as aulas estão sendo feitas virtualmente, neste ano, não ocorreu o evento em teatro.
 
Mas, a tradição de distribuição de alimentos será mantida. Dessa vez, tudo que for arrecado será doado para o projeto Amor ao Próximo BH.
 
Para chamar o público,  a escola contou com algumas ajudas. Uma delas foi a do grupo do projeto social de BH Los Hermanos, que apoia causa sociais no bairro Alípio de Melo. Eles usaram um carro de som para chamar as pessoas para a iniciativa. E uma carreata se formou na porta da escola. "Todo tempo é tempo de solidariedade, mas agora as pessoas estão precisando mais", diz o idealizador do grupo social Wagner Júnior, o Juninho Los Hermanos, que atualmente é vereador em BH. 
 
A manicure Daniele Moreira Tosta, de 44 anos, e a filha dela, Juliana Tosta, de 21 anos, foram as primeiras a chegarem ao ponto de doação. "Vimos nas redes sociais e achamos uma boa oportunidade para ajudar o próximo. Não podemos abraçar e nem sentir a dor do outro, mas podemos amenizar o sofrimento das pessoas doando um pouco do que temos", disse Daniele.
 
Cláudia Oliveira, de 40 anos, também levou o filho, Pedro Henrique Oliveira, de 15 anos, para ajudar. "Nós somos muito engajados em causas sociais. Eu ensino a ele que podemos dividir o pouco do que temos para ter um mundo melhor", diz.