A gravidade da infecção pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2), capaz de sufocar os atendimentos da saúde com casos críticos, mortos e a multiplicação de infectados nos círculos íntimos ampliaram o temor da COVID-19 na Grande Bh. E o reflexo mais nítido disso é que os moradores da região apoiam o isolamento social de forma tal que concordariam em se manter afastadas do contato público por 10,8 semanas, superando a marca da semana anterior, que indicava uma tolerância média de 9,6 semanas.Continua depois da publicidade


É o que mostram os resultados da segunda amostra semanal da pesquisa “Termômetros da Crise COVID-19”, realizada pelo Instituto Olhar – Pesquisa e Informação Estratégica/Netquest e divulgada pelo Estado de Minas. (Confira os resultados abaixo) Na semana dos dias 2 a 6 de abril, a disposição era para 67,2 dias após 23 de março, o que levaria a reclusão até o dia 29 de maio. Agora, os ouvidos entre 9 e 13 de abril estão dispostos a 75,6 dias de tolerância, até o dia 6 de junho.

Na prática, a alta é de oito dias corridos, o que representaria 12,5% de incremento na aceitação ao recolhimento como forma de evitar o contágio da enfermidade. A avaliação dos pesquisadores é de que isso tenha sido reforçado pela percepção de que os quadros da doença são mais críticos do que se imaginava, uma vez que na primeira pesquisa a nota média para a gravidade da COVID-19 era de 7,6 pontos em 10.

Nesta segunda pesquisa a nocividade do vírus atingiu 8,2 pontos. Somado a isso, vem a ampliação do volume de infectados que os entrevistados conhecem, que era de 14,6% e se ampliou para 22,9%.

“Essa é uma relação estatística. Quanto mais se percebe a presença da doença, a sua gravidade e o número de casos cresce exponencialmente (tendem a ter uma rápida e progressiva elevação), trazendo a doença para conhecidos e parentes. Tudo isso faz com que as pessoas pensem em se proteger mais. Uma das formas de fazer isso é tolerar mais dias isoladas”, avalia o sócio-diretor do Instituto Olhar, professor Matheus Lemos de Andrade, que é doutor em administração. O especialista destaca que, apesar de o número total de entrevistados que conhecem pessoas infectadas não chegue a um quarto do total, de uma semana para a outra já se ampliou em mais de 56,6%.

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Efeitos negativos sobre a economia e o emprego são os mais evidentes, apesar de protestos apoio ao isolamento aumenta.

(foto: Lenadro Couri/EM/D.A.Press)


Pelas respostas, contudo, os entrevistados mostram que ainda saem às ruas para conduzir atividades que julgam essenciais em número cada vez mais elevado. Esse indicador era de 66,2% na primeira semana e passou para 76,3% na segunda. Aumentou também a proporção de pessoas que não fazem nem isolamento nem evitam contato de 0,9% para 2%. Enquanto isso, reduziram as razões de pessoas que reduziram o contato social, mas não se isolaram (de 9,3% para 5,3%) e o de quem está completamente isolado e não sai de casa para nada (de 15,3% para 13%). Pessoas que dizem que não estão isoladas por suas atividades serem consideradas essenciais eram 8,4% e agora são 3,5%.

A pesquisa avalia semanalmente quatro “termômetros” relacionados à COVID-19 (Confira o quadro). O primeiro parâmetro é o "Isolamento Social", que indica o quanto se apoia e se compromete com o afastamento para evitar o contágio. Em seguida, o fator de medição é o "Medo e da Presença da COVID-19", para se avaliar o quanto as pessoas estão temerosas e sentem a presença da infecção na sua realidade.

Os entrevistados também dão notas para o desempenho do poder Executivo, por meio do "Termômetro da Atuação dos Governos". Por último, o levantamento procura saber qual é a percepção sobre o impacto gerado pela pandemia nos mercados, finanças e empregos pelo "Termômetro da Economia". Desta vez a amostragem foi de 249 pessoas, apresentando uma margem de erro de 6,1 pontos. A primeira amostragem foi de 795 pessoas.