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A morte de Alice Martins Alves, mulher trans de 33 anos, em Belo Horizonte, expõe a face mais brutal da transfobia no Brasil. Alice faleceu no domingo (9/11), 18 dias após ser violentamente agredida na Savassi, uma das áreas mais movimentadas da capital mineira. O caso, que gerou forte comoção e revolta, não é um fato isolado.
O velório, realizado nessa segunda-feira (10/11), reuniu familiares e amigos. Em meio à dor, o pai da vítima, Edson Alves Pereira, fez um questionamento que ecoa a indignação de muitos: “Será que um homossexual não tem direito a viver?”. O questionamento do pai de Alice reflete o sofrimento e a indignação pela perda da filha, com quem morava no Bairro Betânia, também na Região Oeste: “Perdi uma grande amiga, parceira, minha companheira de assistir filmes e tomar uma cervejinha em casa”, relatou.
Alice, conforme contou o pai, sempre saía sozinha, gostava de se arrumar e maquiar. “Ela deitava no meu colo, eu fazia carinho na cabeça dela e toda hora ela falava: ‘pai, eu te amo’. Edson revelou ainda que Alice costumava sair nas quartas e quintas-feiras para a região da Savassi, e sempre ia ao Rei do Pastel
Entenda o crime
Na madrugada de 23 de outubro, Alice foi atacada por um homem, acompanhado de dois outros que riam e zombavam da violência. Segundo o boletim de ocorrência, registrado pela própria vítima em 5 de novembro, o agressor era alto, branco, de cabelos castanhos escuros ou pretos, vestia calça jeans e blusa preta. A mulher afirmou não conhecer o homem e relatou que a agressão foi inesperada e sem motivo aparente, o que caracteriza um ato de transfobia.
Após a agressão, Alice perdeu a consciência e foi socorrida pelo Samu, sendo encaminhada para a UPA Centro-Sul. Em 2 de novembro, ela foi levada de ambulância para o Pronto Atendimento da Unimed Contagem, onde exames apontaram fraturas nas costelas, cortes no nariz e desvio de septo. Segundo o pai, ela passou os dias seguintes debilitada e com dores abdominais intensas.
No sábado (8/11), os médicos diagnosticaram uma perfuração no intestino, possivelmente causada por uma das costelas quebradas ou, segundo suspeita do pai, agravada pelo uso de anti-inflamatórios após a agressão. Alice foi submetida a uma cirurgia de emergência, mas não resistiu à infecção generalizada.
20 dias após a agressão, ninguém foi preso. Procurada, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) se limitou a informar em nota: “O caso é investigado pelo Núcleo Especializado de Investigação de Feminicídios (Neif) do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP)”.
Brasil lidera ranking de violência
O episódio reflete uma estatística alarmante que posiciona o Brasil como o país que mais mata pessoas trans no mundo. Essa liderança negativa se mantém há 15 anos consecutivos, de acordo com dados compilados pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).
O levantamento mais recente da organização aponta que, somente em 2023, foram registrados 145 assassinatos de pessoas transexuais e travestis no território nacional. O estado de São Paulo foi o que mais registrou mortes, seguido por Ceará e Rio de Janeiro.
Globalmente, o cenário também é preocupante, mas os números brasileiros se destacam. Dados do projeto Trans Murder Monitoring (TMM) mostram que países como México e Estados Unidos também registram altos índices de violência, mas ficam atrás do Brasil no ranking absoluto de assassinatos.
A violência sofrida por Alice em uma via pública ilustra a vulnerabilidade e o perigo constantes enfrentados por essa população. Cada número representa uma vida interrompida pela intolerância, reforçando a urgência do debate sobre políticas públicas de proteção e o combate efetivo a crimes de ódio.
Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.
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A morte de Alice Martins Alves, mulher trans de 33 anos, em Belo Horizonte, expõe a face mais brutal da transfobia no Brasil. Alice faleceu no domingo (9/11), 18 dias após ser violentamente agredida na Savassi, uma das áreas mais movimentadas da capital mineira. O caso, que gerou forte comoção e revolta, não é um fato isolado.
O velório, realizado nessa segunda-feira (10/11), reuniu familiares e amigos. Em meio à dor, o pai da vítima, Edson Alves Pereira, fez um questionamento que ecoa a indignação de muitos: “Será que um homossexual não tem direito a viver?”. O questionamento do pai de Alice reflete o sofrimento e a indignação pela perda da filha, com quem morava no Bairro Betânia, também na Região Oeste: “Perdi uma grande amiga, parceira, minha companheira de assistir filmes e tomar uma cervejinha em casa”, relatou.
Alice, conforme contou o pai, sempre saía sozinha, gostava de se arrumar e maquiar. “Ela deitava no meu colo, eu fazia carinho na cabeça dela e toda hora ela falava: ‘pai, eu te amo’. Edson revelou ainda que Alice costumava sair nas quartas e quintas-feiras para a região da Savassi, e sempre ia ao Rei do Pastel
Entenda o crime
Na madrugada de 23 de outubro, Alice foi atacada por um homem, acompanhado de dois outros que riam e zombavam da violência. Segundo o boletim de ocorrência, registrado pela própria vítima em 5 de novembro, o agressor era alto, branco, de cabelos castanhos escuros ou pretos, vestia calça jeans e blusa preta. A mulher afirmou não conhecer o homem e relatou que a agressão foi inesperada e sem motivo aparente, o que caracteriza um ato de transfobia.
Após a agressão, Alice perdeu a consciência e foi socorrida pelo Samu, sendo encaminhada para a UPA Centro-Sul. Em 2 de novembro, ela foi levada de ambulância para o Pronto Atendimento da Unimed Contagem, onde exames apontaram fraturas nas costelas, cortes no nariz e desvio de septo. Segundo o pai, ela passou os dias seguintes debilitada e com dores abdominais intensas.
No sábado (8/11), os médicos diagnosticaram uma perfuração no intestino, possivelmente causada por uma das costelas quebradas ou, segundo suspeita do pai, agravada pelo uso de anti-inflamatórios após a agressão. Alice foi submetida a uma cirurgia de emergência, mas não resistiu à infecção generalizada.
20 dias após a agressão, ninguém foi preso. Procurada, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) se limitou a informar em nota: “O caso é investigado pelo Núcleo Especializado de Investigação de Feminicídios (Neif) do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP)”.
Brasil lidera ranking de violência
O episódio reflete uma estatística alarmante que posiciona o Brasil como o país que mais mata pessoas trans no mundo. Essa liderança negativa se mantém há 15 anos consecutivos, de acordo com dados compilados pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).
O levantamento mais recente da organização aponta que, somente em 2023, foram registrados 145 assassinatos de pessoas transexuais e travestis no território nacional. O estado de São Paulo foi o que mais registrou mortes, seguido por Ceará e Rio de Janeiro.
Globalmente, o cenário também é preocupante, mas os números brasileiros se destacam. Dados do projeto Trans Murder Monitoring (TMM) mostram que países como México e Estados Unidos também registram altos índices de violência, mas ficam atrás do Brasil no ranking absoluto de assassinatos.
A violência sofrida por Alice em uma via pública ilustra a vulnerabilidade e o perigo constantes enfrentados por essa população. Cada número representa uma vida interrompida pela intolerância, reforçando a urgência do debate sobre políticas públicas de proteção e o combate efetivo a crimes de ódio.
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