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O cabo do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, Renato Ferreira Marques, que atua na cidade de Uberaba, no Triângulo Mineiro, usou as redes sociais nesse domingo (26 de fevereiro) para "agradecer" pelos trabalhos de pessoas resgatadas em condição de escravidão em vinícolas no Rio Grande do Sul. Ao comentar uma matéria de O Tempo no perfil "Novos Produtos" no Instagram, o militar disse que desfrutou dos produtos feitos pelos resgatados.
"Agradeço a todos os escravos o tanto que eu bebi. Parabéns aos bons trabalhos realizados", postou. Horas depois, com a repercussão negativa do comentário, o militar apagou a postagem e também privou o seu perfil, onde costumava postar atividades dos bombeiros e também momentos da vida pessoal.
O cabo, que entrou para a corporação em 2008, comentava sobre a operação conjunta do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ministério Público do Trabalho do Rio Grande do Sul (MPT-RS), Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal na noite de quarta-feira (22) que resgatou homens que trabalhavam na colheita da uva em Bento Gonçalves (RS) em regime análogo à escravidão. Eles relatam terem sido enganados e submetidos a uma rotina de exploração e horrores.
Desde o resgate pelas autoridades, as vítimas foram alojadas no ginásio municipal da cidade turística da serra gaúcha, onde seriam identificadas para, segundo o MTE, receberem o pagamento da empresa que as contratou, os respectivos valores referentes a direitos trabalhistas e transporte de volta para casa. Eles também receberão três parcelas do seguro desemprego.
Desde a chegada, no início de fevereiro, os trabalhadores se viram alojados em quartos apertados em uma pousada no bairro Borgo e submetidos a uma rotina de trabalho diário das 5h às 20h na colheita da uva, com folgas somente aos sábados. Os trabalhadores relataram ser vigiados e intimidados por seguranças armados, o que incluía serem retirados da cama com uma arma de choque e constantemente xingados por serem baianos. Eles contaram ainda que a comida oferecida era estragada e, caso quisessem comprar outros alimentos, só poderiam fazê-lo em um mercadinho a poucos metros dali, onde eram praticados preços superfaturados. Nesse caso, o valor seria descontado do valor da remuneração ao final do trabalho. Caso quisessem deixar o local, eram impedidos pelos seguranças por estarem em dívida com o empregador pelo alojamento e pelo transporte.
O caso foi descoberto quando seis homens conseguiram fugir. Três foram a Caxias do Sul e três para Porto Alegre, cidades em que procuraram a Polícia Rodoviária Federal e denunciaram o caso. Conforme os trabalhadores relataram aos investigadores, eles prestaram serviços a três vinícolas locais.
Por meio de nota, o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais disse que "não compactua com a manifestação de opinião pessoal ofensiva em redes sociais, ainda que particulares, conforme manifestado nessa postagem". A corporação disse, ainda, que a Corregedoria acompanha o caso. A reportagem tentou falar com o militar por intermédio da comunicação institucional em Uberaba, mas não obteve sucesso. O cabo foi procurado também por mensagem pelo Instagram, mas não respondeu.
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O cabo, que entrou para a corporação em 2008, comentava sobre a operação conjunta do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ministério Público do Trabalho do Rio Grande do Sul (MPT-RS), Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal na noite de quarta-feira (22) que resgatou homens que trabalhavam na colheita da uva em Bento Gonçalves (RS) em regime análogo à escravidão. Eles relatam terem sido enganados e submetidos a uma rotina de exploração e horrores.
Desde o resgate pelas autoridades, as vítimas foram alojadas no ginásio municipal da cidade turística da serra gaúcha, onde seriam identificadas para, segundo o MTE, receberem o pagamento da empresa que as contratou, os respectivos valores referentes a direitos trabalhistas e transporte de volta para casa. Eles também receberão três parcelas do seguro desemprego.
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