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Os 90 dias sem chuva em Belo Horizonte desde abril deste ano é o maior período de seca desde 2019, conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Neste ano, entretanto, a estiagem começou antes.
Segundo a meteorologista Anete Fernandes, do Inmet, o levantamento do órgão contempla os períodos desde 2011. O maior período de seca desde então foi registrado justamente em 2019, com 113 dias sem chuva entre junho e setembro de 2019. Já em 2017, foram 107 dias também entre junho e setembro.
Neste ano, são 90 dias, mas com a estiagem iniciada em 19 de abril. Se 2024 registrar seca até meados de setembro, o índice pode chegar a 150 dias. O maior período de estiagem só será superado se não houver chuva na capital mineira até 11 de agosto.
Anete Fernandes explicou que desde o ano passado há uma estação chuvosa ruim, quando o tempo seco permaneceu até em dezembro, onde até ondas de calor foram registradas em um mês tipicamente conhecido pelas chuvas. “A estação chuvosa começou só em janeiro deste ano. Janeiro e fevereiro foram meses com bastante chuva, mas março já não foi tanto. Tivemos chuvas isoladas em abril e a última foi dia 19 de abril”, explicou. A especialista pontua que as chuvas vão caindo a partir do mês de abril, conhecido pela transição da estação chuvosa para a estação seca a partir de maio. “No início do ano estávamos sob atuação do El Niño, que pode explicar a escassez de chuva durante o outono, mas o fenômeno encerrou em maio. Então de junho para cá estamos em neutralidade, que significa ficar à mercê da atmosfera”, detalhou.
A razão para a falta de chuva em Belo Horizonte pode ser o bloqueio atmosférico. Para chover em Belo Horizonte, é preciso que frentes frias cheguem à capital mineira com a umidade, o que é impedido pelo bloqueio. “Desde o outono, as frentes frias, que poderiam trazer chuva, não conseguem avançar, assim como as massas de ar frio que poderiam fazer com que os dias fossem mais frios. Esse bloqueio atua no Leste do Mato Grosso, em Goiás e aqui em Minas Gerais. Essa é a razão da falta de chuva”, frisou.
A expectativa do retorno das chuvas é em meados de setembro, quando ocorrem, historicamente, as primeiras pancadas. Há uma pequena possibilidade disso ocorrer ainda em agosto, mas a perspectiva é de mais tempo seco.
O tempo seco é um fator contribuinte para queimadas. Minas Gerais registra, por dia, uma média de 38 incêndios em vegetação neste ano. Somente em maio, foram mais de 3.000 ocorrências atendidas em todo o Estado pelo Corpo de Bombeiros — o maior número para o período desde 2020. O tempo seco aliado à imprudência de pessoas que ateiam fogo e às mudanças climáticas são fatores que ajudam a explicar tantos chamados, segundo a corporação. Somente nos primeiros cinco meses de 2024, houve aumento de 77% de ocorrências, passando de 3.233 para 5.766. Em junho, já são mais de 1.200 registros.
“Nos meses de abril e maio deste ano tivemos temperaturas 5ºC acima do que em anos anteriores. A temperatura média subiu, tanto que quase tivemos festa junina sem frio. O aumento da temperatura foi acentuado, principalmente, nos centros urbanos. Os números nos mostram isso”, afirma o tenente Henrique Barcellos, porta-voz do Corpo de Bombeiros.
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Os 90 dias sem chuva em Belo Horizonte desde abril deste ano é o maior período de seca desde 2019, conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Neste ano, entretanto, a estiagem começou antes.
Segundo a meteorologista Anete Fernandes, do Inmet, o levantamento do órgão contempla os períodos desde 2011. O maior período de seca desde então foi registrado justamente em 2019, com 113 dias sem chuva entre junho e setembro de 2019. Já em 2017, foram 107 dias também entre junho e setembro.
Neste ano, são 90 dias, mas com a estiagem iniciada em 19 de abril. Se 2024 registrar seca até meados de setembro, o índice pode chegar a 150 dias. O maior período de estiagem só será superado se não houver chuva na capital mineira até 11 de agosto.
Anete Fernandes explicou que desde o ano passado há uma estação chuvosa ruim, quando o tempo seco permaneceu até em dezembro, onde até ondas de calor foram registradas em um mês tipicamente conhecido pelas chuvas. “A estação chuvosa começou só em janeiro deste ano. Janeiro e fevereiro foram meses com bastante chuva, mas março já não foi tanto. Tivemos chuvas isoladas em abril e a última foi dia 19 de abril”, explicou. A especialista pontua que as chuvas vão caindo a partir do mês de abril, conhecido pela transição da estação chuvosa para a estação seca a partir de maio. “No início do ano estávamos sob atuação do El Niño, que pode explicar a escassez de chuva durante o outono, mas o fenômeno encerrou em maio. Então de junho para cá estamos em neutralidade, que significa ficar à mercê da atmosfera”, detalhou.
A razão para a falta de chuva em Belo Horizonte pode ser o bloqueio atmosférico. Para chover em Belo Horizonte, é preciso que frentes frias cheguem à capital mineira com a umidade, o que é impedido pelo bloqueio. “Desde o outono, as frentes frias, que poderiam trazer chuva, não conseguem avançar, assim como as massas de ar frio que poderiam fazer com que os dias fossem mais frios. Esse bloqueio atua no Leste do Mato Grosso, em Goiás e aqui em Minas Gerais. Essa é a razão da falta de chuva”, frisou.
A expectativa do retorno das chuvas é em meados de setembro, quando ocorrem, historicamente, as primeiras pancadas. Há uma pequena possibilidade disso ocorrer ainda em agosto, mas a perspectiva é de mais tempo seco.
O tempo seco é um fator contribuinte para queimadas. Minas Gerais registra, por dia, uma média de 38 incêndios em vegetação neste ano. Somente em maio, foram mais de 3.000 ocorrências atendidas em todo o Estado pelo Corpo de Bombeiros — o maior número para o período desde 2020. O tempo seco aliado à imprudência de pessoas que ateiam fogo e às mudanças climáticas são fatores que ajudam a explicar tantos chamados, segundo a corporação. Somente nos primeiros cinco meses de 2024, houve aumento de 77% de ocorrências, passando de 3.233 para 5.766. Em junho, já são mais de 1.200 registros.
“Nos meses de abril e maio deste ano tivemos temperaturas 5ºC acima do que em anos anteriores. A temperatura média subiu, tanto que quase tivemos festa junina sem frio. O aumento da temperatura foi acentuado, principalmente, nos centros urbanos. Os números nos mostram isso”, afirma o tenente Henrique Barcellos, porta-voz do Corpo de Bombeiros.