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"Isso, pra mim, é um descaso com a população. Acho que todo mundo deveria guardar bem os nomes para que eles nunca mais sejam reeleitos. Eu senti vergonha de ser mineira e ver o que eles fizeram". O desabafo é da empresária Kátia Carvalho, de 54 anos, um dia após o veto de vereadores de Belo Horizonte para o projeto enviado pelo prefeito Alexandre Kalil para conseguir um empréstimo que seria destinado ao Programa de Redução de Riscos de Inundações e Melhorias Urbanas na Bacia do Ribeirão Isidoro na região da Vilarinho, na região de Venda Nova, em Belo Horizonte. O valor era de quase R$ 900 milhões. Assim como Kátia, moradores e outros comerciantes ficaram indignados com a decisão.
"Se fosse favorável a eles, com certeza, iria passar. Agora aqui vai favorecer milhões de pessoas. Com o voto daquele (vereador) que não foi, poderia ter conseguido, mas ele não teve a coragem de 'colocar a cara dele a tapa'. Agora, a gente não sabe se essa obra que está em andamento vai continuar. Se continuar, não vai aguentar o fluxo de água todinho, Tinha que ter a continuação", explicou.
A empresária tem uma loja de peças para motos na avenida Vilarinho há 12 anos, e, todos os anos, vê enchentes, lojas inundadas, carros sendo arrastados e mortes, como em 2018.
"Todo ano é a mesma coisa. A do dia 21 de março do ano passado, para gente aqui, foi a pior. Dentro da loja entrou um metro e meio de água, o meu filho teve que vim aqui e, eu pelas câmeras, via meu filho com água no peito e não pude fazer nada. Isso é doloroso. Agora que a gente tinha uma esperança de conseguir mudar um pouco essa situação acontece isso. A gente desacredita", disse.
Esperança que para a autônoma Cláudia Márcia, de 53 anos, foi "jogada no ralo". Ela mora próximo à avenida há mais de 40 anos. "Eu estou indignada, jogaram a nossa esperança no ralo. Sofremos há muitos anos por causa dessas enchentes, os prefeitos que passaram por aqui nada fizeram, o único que olhou por nós foi o Kalil e agora estão barrando o prefeito. É cansativo, a gente não dorme, não consegue se alimentar. Na hora que o céu começa a escurecer tem que sair correndo de casa. Nós precisamos da obra pronta", opinou.
"Temos gente de Venda Nova dentro da Câmara que não faz nada", diz morador
Há menos de um ano, o técnico em refrigeração José Celso de Oliveira,de 57 anos, instalou a loja dele ao lado da estação, uma das áreas mais atingidas na Vilarinho quando chove. Ele ainda procura entender os motivos que fizeram com que os vereadores vetassem o projeto.
"A notícia ainda é recente e a gente ainda não sabe porque eles barraram. Se já começaram as obras não tinha que parar agora. Sou moradora e 'cria' de Venda Nova, enchente aqui é corriqueira. Chuva não tem como calcular, hoje eu estou aqui e sei que a água entra. Estamos tomando precauções, mas eu não posso culpar a prefeitura por estar aqui. Fica quem quer. Os vereadores deveriam ter um consenso maior, não tem parentes deles aqui por isso votam contra. Nós temos gente de Venda Nova lá dentro (da Câmara) que não está fazendo nada", opinou.
Quem mora ou trabalha na avenida Doutor Álvaro Camargos também afirma "não ter sossego" todas as vezes que chove. A via também já foram registradas inundações e morte. A família da atendente Dariane Oliveira de Souza, de 32 anos, tem um bar na avenida e, por muitas vezes, a água invadiu o local.
"Eu já vi muita coisa: dois carros meus já foram levados, pessoas ficam pedindo socorro. Quando começa a chuva todo mundo fica desesperado. É tudo muito rápido e aqui vira rio. Eu acho injusto o veto, a obra vai ajudar muito a gente. Não podemos perder mais vidas", afirmou.
O motorista Marlúcio Estáquio Ribeiro, de 53, também foi contra o veto. "Se a obra não continuar vai acontecer tudo de novo. Quando começa a encher vem água da Vilarinho e vai levantando bueiros. Essa situação quando chove marca muito a gente. O certo é continuar com o projeto, se paralisar a obra, o que já fez vai ficar perdido", finalizou.
Nessa terça-feira (16), em conversa com a reportagem de O TEMPO, após o veto, o prefeito Alexandre Kalil afirmou que "enchente na Vilarinho não é mais com o prefeito". Nesta quarta (17), a reportagem entrou em contato com o município e aguarda um posicionamento de como ficam as obras na região.
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"Se fosse favorável a eles, com certeza, iria passar. Agora aqui vai favorecer milhões de pessoas. Com o voto daquele (vereador) que não foi, poderia ter conseguido, mas ele não teve a coragem de 'colocar a cara dele a tapa'. Agora, a gente não sabe se essa obra que está em andamento vai continuar. Se continuar, não vai aguentar o fluxo de água todinho, Tinha que ter a continuação", explicou.
A empresária tem uma loja de peças para motos na avenida Vilarinho há 12 anos, e, todos os anos, vê enchentes, lojas inundadas, carros sendo arrastados e mortes, como em 2018.
"Todo ano é a mesma coisa. A do dia 21 de março do ano passado, para gente aqui, foi a pior. Dentro da loja entrou um metro e meio de água, o meu filho teve que vim aqui e, eu pelas câmeras, via meu filho com água no peito e não pude fazer nada. Isso é doloroso. Agora que a gente tinha uma esperança de conseguir mudar um pouco essa situação acontece isso. A gente desacredita", disse.
Esperança que para a autônoma Cláudia Márcia, de 53 anos, foi "jogada no ralo". Ela mora próximo à avenida há mais de 40 anos. "Eu estou indignada, jogaram a nossa esperança no ralo. Sofremos há muitos anos por causa dessas enchentes, os prefeitos que passaram por aqui nada fizeram, o único que olhou por nós foi o Kalil e agora estão barrando o prefeito. É cansativo, a gente não dorme, não consegue se alimentar. Na hora que o céu começa a escurecer tem que sair correndo de casa. Nós precisamos da obra pronta", opinou.
"Temos gente de Venda Nova dentro da Câmara que não faz nada", diz morador
Há menos de um ano, o técnico em refrigeração José Celso de Oliveira,de 57 anos, instalou a loja dele ao lado da estação, uma das áreas mais atingidas na Vilarinho quando chove. Ele ainda procura entender os motivos que fizeram com que os vereadores vetassem o projeto.
"A notícia ainda é recente e a gente ainda não sabe porque eles barraram. Se já começaram as obras não tinha que parar agora. Sou moradora e 'cria' de Venda Nova, enchente aqui é corriqueira. Chuva não tem como calcular, hoje eu estou aqui e sei que a água entra. Estamos tomando precauções, mas eu não posso culpar a prefeitura por estar aqui. Fica quem quer. Os vereadores deveriam ter um consenso maior, não tem parentes deles aqui por isso votam contra. Nós temos gente de Venda Nova lá dentro (da Câmara) que não está fazendo nada", opinou.
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"Eu já vi muita coisa: dois carros meus já foram levados, pessoas ficam pedindo socorro. Quando começa a chuva todo mundo fica desesperado. É tudo muito rápido e aqui vira rio. Eu acho injusto o veto, a obra vai ajudar muito a gente. Não podemos perder mais vidas", afirmou.
O motorista Marlúcio Estáquio Ribeiro, de 53, também foi contra o veto. "Se a obra não continuar vai acontecer tudo de novo. Quando começa a encher vem água da Vilarinho e vai levantando bueiros. Essa situação quando chove marca muito a gente. O certo é continuar com o projeto, se paralisar a obra, o que já fez vai ficar perdido", finalizou.
Nessa terça-feira (16), em conversa com a reportagem de O TEMPO, após o veto, o prefeito Alexandre Kalil afirmou que "enchente na Vilarinho não é mais com o prefeito". Nesta quarta (17), a reportagem entrou em contato com o município e aguarda um posicionamento de como ficam as obras na região.