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O último golpe ocorreu na manhã deste sábado (17/6) em mais uma etapa da chamada Operação Café, em alusão à Favela do Cafezal, fruto de ações do Departamento Estadual de Operações Especiais de Minas Gerais (Deoesp-MG), que já duram dois anos contra o crime organizado. Oito líderes foram identificados e há acusações de outros crimes como tortura, ameaça e um homicídio,
Foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão em imóveis, empresas e lojas de fachada no Aglomerado da Serra, bairro Pompéia, em Divinópolis e em Foz do Iguaçu (PR). Ao todo 50 policiais civis e um helicóptero foram empenhados.
"Esse tem sido um grande esforço policial de investigação, com pessoal em campo fazendo campanas, utilizando de meios e instrumento para colher provas e desestruturar a organização criminosa recolhendo documentações, anotações do tráfico, contabilidades, rastreamento de lavagem de dinheiro entre outras", destacou o delegado Rodrigo Bustamente, do Deoesp-MG.
O subinspetor Washington Miranda, da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), conta que a organização controla outras pequenas facções do aglomerado como a Organização Terrorista do Cafezal (OTC), Primeiro Comando Binário e Gangue da Favelinha.
"Os líderes negociam por meio de prepostos a compra de drogas em Foz do Iguaçu, na tríplice fronteira com a Argentina e o Paraguai. Lá, têm encontro com os fornecedores, fazem as negociações, mas se afastam na parte mais perigosa da transação, que é o transporte das cargas de entorpecentes para o aglomerado em Belo Horizonte", afirma.
Quadrilha mapeada
Praticamente toda a organização da quadrilha já está mapeada, incluindo as lideranças, entre gerentes operacionais e de bocas de fumo. Os dois apartamentos bloqueados em Foz do Iguaçu e uma propriedade em Sete Lagoas serviam para os líderes manterem as aparências longe da comunidade das favelas que dominam.
A equipe do Deoesp empenhada em dois anos de investigações com o Delegado Rodrigo Bustamente (c) subinspetor Washington (E) e investigador Mateus (D)(foto: Leandro Couri/EM/D.A.Press)
"Nesses lugares, eles se passavam por empresários, vivendo vidas sem levantar suspeitas e achando que a distância da comunidade poderia dificultar sua ligação com o tráfico de drogas", disse o subinspetor Miranda.
A diversificação de drogas que a organização consegue trazer das fronteiras brasileiras para Belo Horizonte também leva a crer que o tráfico já suplanta os limites do Aglomerado da Serra. "A quadrilha trafica de tudo: maconha, cocaína, skank (tipo de maconha modificada em laboratório), LSD, extasy", exemplifica o investigador Mateus, que também participa do esforço para desarticular a quadrilha.
A ação dos policiais no aglomerado também interrompeu a ação de criminosos e trouxe momentos de paz para a comunidade, segundo o delegado Rodrigo Bustamente. "Enquanto estávamos lá, uma quadrilha de festa junina ocorria, e os pais com seus filhos em roupinhas típicas nos agradeceram e disseram que nossa presença, além de bem-vinda, deveria ser constante, mostrando que o cidadão está do lado da lei", disse o policial do Deoesp-MG.
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