ALMOÇO

Depois de uma noite de sexta-feira (4) de grande movimentação em Belo Horizonte, com direito a venda de bebidas alcoólicas à noiteapós quase seis meses em que bares e restaurantes não puderam abrir as portas, o movimento deste sábado (5), com clima agradável de 26ºC e sol intenso também causou expectativa. No almoço, ainda foi possível perceber cadeiras e mesas vazias, mas com atendimento fluindo bem em restaurantes bares.

A reportagem do Estado de Minas percorreu bares e restaurantes da Região Leste da capital para observar como os estabelecimentos reagiriam ao almoço deste sábado, após a paralisação causada pela pandemia. O Restaurante do Porto, no Bairro Sagrada Família, se preparava para o movimento tarde adentro, mas já recebia alguns clientes que queriam almoçar.
 
“Nossa primeira sexta indo até tarde e vendendo bebidas foi muito boa, foi quase um movimento comum. A pandemia nos atrapalhou muito, vimos nosso delivery triplicar nesses mais de 160 dias limitados. Nosso estabelecimento é mais tradicional pelas tardes de sábado e domingo, então o movimento está começando por agora mesmo e vai até mais tarde. Agora é trabalhar para recuperar”, disse Leonardo Duarte, de 40 anos, gerente do restaurante há 12.
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Leonardo Duarte já preparava o Restaurante do Porto para mais clientes nesta tarde
(foto: Edésio Ferreira/EM/D. A. Press)
Outro restaurante que também atendeu alguns poucos clientes durante o almoço foi o Comedere, já no Bairro Santa Tereza. Porém, há alguns metros dele, o movimento já era mais intenso. No Restaurante Sheridan, o movimento pela procura do almoço era intenso, mesmo com a capacidade limitada de atendimento.
 
As mesas estavam tomadas, e havia o cuidado para seguir os protocolos de segurança estabelecidos. “Melhorou muito após essa sexta, mas ainda segue confuso. Perdemos 50% das mesas, então tem muita gente que tem que esperar ou levar a comida para casa. Tem muito cliente que não tem paciência, até xinga a gente, é complicado. Mas estamos tentando, pré-estabelecemos marmitas fixas, tudo para não perder. Até abrimos vagas para contratar duas pessoas, então esperamos que siga melhorando. Ainda não é aquele de antes, mas vamos chegar lá”, disse Daniel Jorge, de 34, proprietário do estabelecimento há 13.
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Restaurante Sheridan, gerido por Daniel Jorge, respondeu bem à retomada 
(foto: Edésio Ferreira/EM/D. A. Press)
Também no Santa Tereza, o Bar do Bolão aproveitou bem a retomada e tinha cadeiras e mesas cheias para o almoço deste sábado, conforme limite permitido. Um dos gerentes do estabelecimento, Luís Cláudio, de 47 anos, animou-se com o movimento de sexta e espera que a circulação apenas cresça daqui em diante.
 
“A expectativa está sendo boa, positiva. É muito diferente daquilo que vivemos nos últimos meses, as pessoas também estava com vontade de voltar. Ontem (sexta), fechamos às 22h e aqui estava bem cheio. Hoje (sábado), novamente cheio, e deve aumentar mais de tarde, tudo indica. Tem me lembrado antigamente, antes da pandemia. Tomara que siga assim”, contou.
 
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Bar do Bolão teve bom movimento no almoço e se preparava para o restante do sábado com ritmo semelhante 
(foto: Edésio Ferreira/EM/D. A. Press)
 De acordo com edital publicado pela Prefeitura de Belo Horizonte no Diário Oficial do Município (DOM), estabelecimentos do setor poderão abrir as portas nos feriados no mesmo esquema dos finais de semana, entre 11h e 22h, vendendo bebidas alcoólicas. 
 
A prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, publicou uma portaria que veta a realização de shows e instalação de telões nos estabelecimentos. De acordo com o texto, ficam “vedadas atividades de entretenimento que possam causar aglomerações, como música ao vivo, projeção de imagens, apresentações teatrais e exibição de eventos esportivos”. A portaria é assinada pelo secretário municipal de Saúde, Jackson Machado.
 
A instalação de mesas e cadeiras em espaços públicos, como calçadas, parklets e espaços operacionais já estava autorizada. Para funcionar em meio ao combate à COVID-19, bares e restaurantes terão que garantir um distanciamento mínimo de 2m (dois metros) entre as mesas e 1m (um metro) entre ocupantes na mesma mesa – limitado a quatro pessoas. A capacidade máxima dos estabelecimentos é de uma pessoa a cada 5m² da área total, incluindo os funcionários. Somente clientes que estiverem sentados poderão consumir. Quem estiver fora de mesas na parte interna e externa de bares e restaurantes não serão atendidos, de acordo com as regras da Prefeitura de BH.
 
Esquema de funcionamento
 
Data de reabertura: a partir de 04/09; 
 
Horários: 11h às 15h (segunda à quinta), 17h às 22h (sexta) e 11h às 22h (finais de semana e feriados); 
 
Dias da semana: Domingo a domingo, com horários alternados; 
 
Principal regra: Estabelecimentos do ramo poderão vender bebidas alcoólicas de sexta - a partir das 17h - a domingo, além dos feriados. Nos dias de semana (com exceção da sexta), haverá proibição da venda de bebidas alcoólicas.
 
Principais regras para bares e restaurantes
 
• Restringir a capacidade máxima do estabelecimento a uma pessoa a cada 5 m2 da área total, incluindo os funcionários;
 
• Atender somente aos clientes sentados para consumo no local;
 
• Distanciamento mínimo de 2m (dois metros) entre as mesas e 1m (um metro) entre ocupantes na mesma mesa;
 
 • Máximo de quatro pessoas por mesa;
 
• Vedado o consumo fora de mesas na parte interna e externa do estabelecimento;
 
 
• Espera e filas de pagamento devem assegurar distanciamento de 2m (dois metros) entre as pessoas, com as devidas marcações;
 
• Vedado o uso de autosserviço de bebidas e alimentos (refil);
 
• O cliente deverá permanecer de máscara na praça de alimentação, retirando-a apenas para comer e/ou beber;
 
• Vedadas atividades de entretenimento que possam causar aglomerações, como música ao vivo, projeção de imagens, apresentações teatrais e exibição de eventos esportivos. 
 
COVID-19 em BH
 
Desde que a prefeitura passou a informar diariamente em seus boletins a ocupação dos leitos, em 30 de maio deste ano, a taxa de uso das unidades de terapia de intensiva nunca foi tão baixa. O menor quantitativo no período havia sido registrado no último dia 28: 52,8%.
 
Belo Horizonte chegou na última quinta-feira a 1.057 mortes por COVID-19. O boletim epidemiológico e assistencial da prefeitura informa que 13 óbitos pela doença aconteceram entre quarta e quinta. Quanto ao número de casos, a cidade chegou a 35.319 – uma diferença de 357 diagnósticos para o levantamento anterior.