Mesmo com a liberação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) da realização de celebrações com a presença de fiéis no país, a Arquidiocese de Belo Horizonte reafirmou, nesta terça-feira (6), que continua recomendando o fechamento das igrejas. Conforme a entidade, as missas devem ocorrer de forma on-line.

A Arquidiocese explicou que a orientação continua se baseando no documento Evangelização Missionária, publicado na Semana Santa do ano passado, e que prevê as diretrizes de funcionamento de paróquias durante a pandemia da Covid-19.


"As atividades pastorais, em vista da ação evangelizadora e da implementação do Projeto Proclamar a Palavra, realizadas nos espaços eclesiais (paróquias, centros pastorais, casas de retiro), como reuniões, retiros e demais iniciativas, seguirão as regras previstas pelas autoridades sanitárias de cada município, bem como as orientações arquidiocesanas", informa o parágrafo 37 do documento, disponível no site da Arquidiocese.

A Arquidiocese de Belo Horizonte está presente em 27 municípios. São 266 paróquias, duas paróquias pessoais, uma paróquia militar, um curato, quatro áreas pastorais, 11 santuários, cinco capelas curiais e duas capelas especiais. 

Impasses


A polêmica envolvendo a realização de celebrações religiosas com a presença de fiéis teve início no último sábado (3), quando o ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a realização da prática no Brasil. O magistrado intimou a Prefeitura de BH a cumprir a decisão.

No mesmo dia, o prefeito da capital, Alexandre Kalil (PSD), informou que seguiria a ordem, mas que entraria com recurso. Para o gestor, a liberação é uma "ofensa à ordem e à saúde pública", já que, segundo a PBH, a cidade vive "cenário trágico" em meio à pandemia de Covid-19.

Nesta terça-feira (6), o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, recomendou que os cidadãos não frequentem missas e cultos religiosos mesmo após a decisão do STF.

A decisão de Nunes foi em caráter liminar. Por isso, o plenário do STF precisa votar a sentença dada pelo ministro. Enquanto isso não ocorre, a determinação segue válida no país. Ainda não há data oficial sobre quando a votação será feita.