Brasília – "A escolha do ministro das Relações Exteriores do futuro governo Bolsonaro não poderia ter sido mais desastrada", diz o colunista Merval Pereira, do Globo, em artigo publicado nesta quinta-feira. "Nosso futuro chanceler vê Trump como nada menos que um Deus, que vai salvar o Ocidente. Segundo ele, a visão do Ocidente proposta por Trump não é baseada no capitalismo e na democracia liberal, mas na recuperação do passado simbólico, da história e da cultura das nações ocidentais. Em seu centro, está não uma doutrina econômica e política, mas o anseio por Deus, o Deus que age na história", afirma.
"Segundo nosso futuro chanceler, o Brasil necessita refletir e definir se faz parte desse Ocidente, como resume a apresentação de seu artigo, que diz que é necessário recuperar aspectos históricos da simbologia nacionalista e da identidade ocidental. Nesse contexto, a exemplo de Trump, o futuro chanceler acha que o espírito ocidental estaria sendo mitigado por uma política globalista, e é preciso reforçar a herança histórica, cristã, cultural, bem como o papel da família e do estado de direito a partir da tradição do liberalismo dos EUA e de seu destino manifesto", diz ainda o jornalista.
No Itamaraty, o clima é de revolta com o chanceler pouco graduado, indicado por Olavo de Carvalho (saiba mais aqui).