O colunista Elio Gaspari detalha, em sua coluna deste domingo, o fracasso do ex-juiz Sergio Moro, declarado suspeito e parcial pelo Supremo Tribunal Federal, e aponta os limites de suas pretensões políticas. "Entre o apogeu e o ocaso, a própria Operação Lava Jato teve expostas algumas de suas truculências e umas poucas boquinhas. Passou o tempo, Lula prevaleceu em mais de uma dezena de processos, enquanto o juiz de Curitiba teve sua parcialidade apontada pelo Supremo Tribunal Federal. A Lava Jato revelou-se um desengano, se acabou na quarta-feira e pelas ruas o que se vê é uma gente que nem se sorri", escreve.

"O juiz de Curitiba empobreceu a luta contra a corrupção em Pindorama. Seus meios revelaram-se catastróficos e sua ida para o governo de Bolsonaro tisnou-lhe a biografia. Seu silêncio desde que deixou o ministério agravou essa situação. Muitos anos antes de se tornar um exemplo de moralidade, Moro se apresentava como alguém capaz de destruir um sistema político azeitado pela corrupção. Veio, viu e perdeu. O governo que ajudou a eleger gravita em torno das mesmas figuras que davam (e recebiam) as cartas antes da Lava Jato", prossegue. "Em 2022, como em 2017, pode-se fazer de tudo por Sergio Moro, menos o papel de bobo", finaliza.