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O estudo reflete respostas dadas por mais de 20 mil técnicos de nível médio no Brasil e cerca de mil empresas. “Essa pesquisa mostra que o desenvolvimento das competências técnicas e emocionais dos profissionais é valorizado pelo mercado. O curso técnico é uma opção tanto para jovens em busca do primeiro emprego quanto para aqueles que veem na qualificação uma oportunidade para desenvolver a carreira”, afirma o gerente executivo de educação profissional do Senai, Felipe Morgado.
O belo-horizontino Humberto Henrique de Paula Souza, 34, é uma dessas pessoas. Assim que foi demitido da empresa de ônibus em que trabalhava como motorista, foi fazer o curso técnico em eletrônica no Senai. Logo no início, conseguiu estagiar e complementar a renda, na época, garantida pelo seguro-desemprego. Agora, depois de formado, ele trabalha com manutenção de sistemas de segurança. “O meu salário não melhorou. Mas agora eu tenho um horário melhor, não trabalho de madrugada e tenho mais chances de crescer profissionalmente”, diz.
Superior
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de desempregados com curso superior subiu 70,17% do terceiro trimestre de 2014 até o mesmo período deste ano, em Minas Gerais. Se naquela época, que antecedeu a crise econômica brasileira, eram 57 mil desempregados com diploma, em 2019 eles passaram a ser 97 mil. Por outro lado, entre aqueles que têm ensino médio, seja técnico ou não, a quantidade de desocupados subiu 57,2%, saindo de 227 mil para 357 mil.
Os números, segundo especialistas, podem refletir uma tendência comum em tempos de crise: a busca de mais por menos. É nesse contexto que empresas passam a contratar profissionais qualificados, mas que aceitam salários mais baixos.
Pesquisa do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) mostra que jovens com ensino técnico ganham 17% a mais do que aqueles com ensino médio tradicional, enquanto formandos em cursos superiores recebem 180% a mais do que quem tem apenas ensino médio.
“Uma hipótese de fato é que, em tempos de crise, a substituição por uma mão de obra mais barata é normal. Mas isso leva à perda de produtividade, e, em um segundo momento, o empresário terá que contratar mais de uma pessoa para fazer o serviço de uma”, afirma o professor de economia Mauro Rolin, da Fundação Getulio Vargas/Faculdade IBS.
Senai reduz oferta de vagas com bolsas
Mesmo com a demanda por profissionais de curso técnico tendo sofrido menos os efeitos da crise do que a contratação de formandos de nível superior, as vagas em cursos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), que garante capacitação gratuita e uma bolsa financeira para os estudantes de primeiro emprego, caíram 37,5% em Minas Gerais em 2019, nos últimos cinco anos.
“Antes da crise, em 2014, a gente tinha 40 mil matrículas do programa de aprendizes com carteira assinada. Em 2019, tivemos 25 mil jovens nessa condição”, explica o gerente de educação do Senai Minas, Edmar Fernando de Alcântara. Ainda segundo ele, a expectativa é a de que haja um incremento de 20% nessa modalidade em 2020.
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Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de desempregados com curso superior subiu 70,17% do terceiro trimestre de 2014 até o mesmo período deste ano, em Minas Gerais. Se naquela época, que antecedeu a crise econômica brasileira, eram 57 mil desempregados com diploma, em 2019 eles passaram a ser 97 mil. Por outro lado, entre aqueles que têm ensino médio, seja técnico ou não, a quantidade de desocupados subiu 57,2%, saindo de 227 mil para 357 mil.
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Senai reduz oferta de vagas com bolsas
Mesmo com a demanda por profissionais de curso técnico tendo sofrido menos os efeitos da crise do que a contratação de formandos de nível superior, as vagas em cursos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), que garante capacitação gratuita e uma bolsa financeira para os estudantes de primeiro emprego, caíram 37,5% em Minas Gerais em 2019, nos últimos cinco anos.
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