Presidente dos EUA diz que algumas empresas norte-americanas se queixam que o Brasil é o país mais duro do mundo

O presidente americano, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira, 1º, que há alguns países com os quais os Estados Unidos nunca falaram sobre comércio e que "fazem o que querem" em suas relações comerciais com Washington, como a Índia e o Brasil.

"Eles cobram de nós o que querem", afirmou.

A declaração foi dada durante entrevista coletiva na Casa Branca, que tratou da revisão do Nafta, o Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA, na sigla em inglês), novo acordo comercial que envolve Estados Unidos, México e Canadá.

"Algumas empresas dizem que o Brasil está entre os mais duros do mundo, talvez o mais duro", criticou Trump, destacando que os EUA nunca tentaram negociar, como deveria ser feito. Sobre a Índia, o republicano apontou que eles cobram "tarifas tremendas".

Problemas com a China

Trump também afirmou que o país tem "muitos problemas com a China" no âmbito do comércio. Ainda assim, ressaltou que os chineses "querem conversar com a gente e queremos conversar com eles".

Em um pronunciamento no jardim da Casa Branca, o presidente ressaltou que Washington quer que a China "continue a nos ajudar" com a Coreia do Norte nas negociações pelo desmantelamento do programa nuclear do país.

Destacando as ações de seu governo para renegociar acordos comerciais, o republicano reforçou que "estamos tendo negociações bem sucedidas com a União Europeia (UE)", e acrescentou: "vamos ver o que acontece".

Novo acordo deve trazer US$ 1,2 trilhão aos EUA

O presidente americano, Donald Trump, anunciou ainda que o novo acordo firmado entre Estados Unidos, México e Canadá vai trazer US$ 1,2 trilhão ao país e é "provavelmente o pacto comercial mais importante que já fizemos".

O republicano também afirmou que o pacto que substitui o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta, na sigla em inglês), que será chamado de Acordo Estados Unidos-Canadá-México (USMCA, na sigla em inglês), será assinado no fim de novembro e então submetido ao Congresso americano, onde "não deve haver problema" para que seja aprovado, mesmo após as eleições de meio de mandato, que ocorrem no mesmo mês.

Trump reforçou que o acordo é "muito, muito bom" para os três países e que o México e o Canadá concordaram em dar "proteção aos trabalhadores" e em questões como a propriedade intelectual. Além disso, ele destacou que o pacto não significa o fim das tarifas comerciais, já que "em alguns casos é preciso usá-las", mas o aço e o alumínio "vão ficar onde estão". "Nossas companhias não deixarão os EUA para construir produtos em outro lugar", destacou.

O presidente americano voltou a fazer críticas ao antigo acordo, o Nafta, e defendeu que agricultores e indústrias que foram prejudicados por ele agora terão diversas vantagens.