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Era uma tarde qualquer de 2017 quando a cabeleireira Larissa Nery, atualmente com 29 anos, aceitou o convite do amigo Matheus Ferrero para posar para algumas fotos na rua da casa onde morava, no Barreiro, região de Belo Horizonte. O ensaio seria apenas uma forma de ajudar o amigo, que estava começando na fotografia. Oito anos depois, a mesma imagem foi parar no centro de uma denúncia de fraude eleitoral na Índia, a mais de 13 mil quilômetros de distância.
A foto de Larissa foi exibida em um telão durante uma coletiva de imprensa de Rahul Gandhi, principal líder da oposição na Índia e rival político do atual primeiro-ministro Narendra Modi. Gandhi acusa o partido governista, o Bharatiya Janata Party (BJP), de fraude eleitoral nas últimas eleições regionais, alegando que uma mesma foto foi usada em 22 registros de eleitores diferentes.
“Minha vida está um caos”, resume Larissa. Ela descobriu a repercussão na quarta-feira (5/11), quando começou a ser marcada em publicações e recebeu uma enxurrada de mensagens, muitas delas de perfis da Índia.
“No início, achei engraçado, parecia coisa de inteligência artificial. Mas, quando entendi que era real, fiquei assustada. Tenho medo da proporção que isso pode tomar e de como pode prejudicar o meu trabalho. Há três dias não vou trabalhar, e isso tem me afetado muito”, diz.
Como a foto foi parar na Índia
O responsável pelo clique é o fotógrafo Matheus Ferrero, de 33 anos, morador de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ele explica que publicou a imagem em um banco de imagens em 2017, quando ainda estava começando na fotografia.
“Eu tirava fotos de amigos e pedia autorização para postar. No caso da Larissa, a foto teve mais de 50 milhões de visualizações e 400 mil downloads. Cheguei a ficar em segundo lugar global dentro da plataforma”, conta.
Matheus diz que o objetivo, na época, era apenas ganhar visibilidade e montar portfólio. “Era uma forma de divulgar meu trabalho. Só que depois deixei o site de lado e nunca imaginei que a foto continuaria circulando por tantos lugares.”

Foto: Thais Sheliden
Ele também se assustou com a repercussão. “Até desativei meu Instagram, porque estava entrando muito indiano. Pensei que fosse um bot. Só depois percebi que era verdade e que a imagem tinha sido usada em uma denúncia política enorme”, relata.
De fato, a foto já havia tido grande repercussão. Larissa conta que chegou a ver a imagem sendo usada em campanhas publicitárias de marcas famosas. “Mas eram coisas boas. Nunca imaginei que seria usada desse jeito. Eu não sei nada de política, tampouco da Índia, mas somos a primeira geração que vai lidar com os males da internet”, analisa.
Matheus, que também é músico, diz que seguiu todas as regras da plataforma, mas hoje questiona o modelo de uso de imagens em sites internacionais. “Eu sempre cumpri as diretrizes, mas fico me perguntando: será que vale a pena fotógrafos independentes publicarem seus trabalhos nesses sites? Porque, se isso acontece em um contexto negativo, ninguém te protege”, analisa.
Ele também reflete sobre o impacto emocional do caso. “Para a Larissa foi uma exposição ruim, e para mim pesou porque fotografei várias pessoas que confiaram no meu trabalho. Imagina se fosse uma foto de alguém em uma situação delicada? Desde então, mudei completamente a forma de divulgar o que produzo”, acrescenta.
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A foto de Larissa foi exibida em um telão durante uma coletiva de imprensa de Rahul Gandhi, principal líder da oposição na Índia e rival político do atual primeiro-ministro Narendra Modi. Gandhi acusa o partido governista, o Bharatiya Janata Party (BJP), de fraude eleitoral nas últimas eleições regionais, alegando que uma mesma foto foi usada em 22 registros de eleitores diferentes.
“Minha vida está um caos”, resume Larissa. Ela descobriu a repercussão na quarta-feira (5/11), quando começou a ser marcada em publicações e recebeu uma enxurrada de mensagens, muitas delas de perfis da Índia.
“No início, achei engraçado, parecia coisa de inteligência artificial. Mas, quando entendi que era real, fiquei assustada. Tenho medo da proporção que isso pode tomar e de como pode prejudicar o meu trabalho. Há três dias não vou trabalhar, e isso tem me afetado muito”, diz.
Como a foto foi parar na Índia
O responsável pelo clique é o fotógrafo Matheus Ferrero, de 33 anos, morador de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ele explica que publicou a imagem em um banco de imagens em 2017, quando ainda estava começando na fotografia.
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Matheus diz que o objetivo, na época, era apenas ganhar visibilidade e montar portfólio. “Era uma forma de divulgar meu trabalho. Só que depois deixei o site de lado e nunca imaginei que a foto continuaria circulando por tantos lugares.”

Foto: Thais Sheliden
Ele também se assustou com a repercussão. “Até desativei meu Instagram, porque estava entrando muito indiano. Pensei que fosse um bot. Só depois percebi que era verdade e que a imagem tinha sido usada em uma denúncia política enorme”, relata.
De fato, a foto já havia tido grande repercussão. Larissa conta que chegou a ver a imagem sendo usada em campanhas publicitárias de marcas famosas. “Mas eram coisas boas. Nunca imaginei que seria usada desse jeito. Eu não sei nada de política, tampouco da Índia, mas somos a primeira geração que vai lidar com os males da internet”, analisa.
Matheus, que também é músico, diz que seguiu todas as regras da plataforma, mas hoje questiona o modelo de uso de imagens em sites internacionais. “Eu sempre cumpri as diretrizes, mas fico me perguntando: será que vale a pena fotógrafos independentes publicarem seus trabalhos nesses sites? Porque, se isso acontece em um contexto negativo, ninguém te protege”, analisa.
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