Um dia após o Brasil registrar o maior recorde de mortes em 24 horas devido à pandemia de coronavírus - foram 1.473 óbitos nesta quinta-feira (4) -, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, citou o país como exemplo de um governo que enfrenta dificuldades para lidar com a doença. As declarações foram dadas na manhã desta sexta-feira (5), na Casa Branca. Para o republicano, caso os Estados Unidos tivessem seguido o exemplo brasileiro, até 2,5 milhões de pessoas poderiam ter morrido em território estadunidense.

Trump disse que o Brasil está seguindo o mesmo caminho da Suécia, país que não impôs quarentenas e se baseou em medidas voluntárias de distanciamento social e higiene pessoal, mantendo a maioria das escolas, restaurantes e empresas abertas.

"Se você olha para o Brasil, eles estão num momento bem difícil. E, falando nisso, continuam falando da Suécia. Voltou a assombrar a Suécia. A Suécia também está passando por dificuldades terríveis. Se tivéssemos agido assim, teríamos perdido 1 milhão, 1,5 milhão, talvez 2,5 milhões ou até mais", declarou o presidente norte-americano.

No dia 14 de maio, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), elogiou a postura da Suécia frente à pandemia de coronavírus e classificou o país como um exemplo, ignorando o fato de que na época os suecos já enfrentavam uma taxa de mortalidade acima dos países vizinhos. 

O Brasil é o segundo país do mundo em número de casos. São quase 615 mil infecções confirmadas pelo Ministério da Saúde e 34.021 mortes. Neste momento, o país tem a maior taxa de aceleração da doença no mundo, uma vez que quase diariamente registra mais casos e mortes do que os EUA.