MEIO AMBIENTE

Segundo o novo relatório anual de referência apresentado nesta terça-feira (5) na conferência das Nações Unidas sobre o clima (COP28), o limite do aquecimento global estabelecido pelos líderes mundiais no Acordo de Paris em 2015 poderá ser ultrapassado em apenas sete anos. 
 
Os cientistas do Global Carbon Projet alertaram para a inevitabilidade de que o limiar de 1,5ºC para o aquecimento global seja extrapolado de modo consistente ao longo de vários anos e para a possibilidade de que isso aconteça dentro de apenas sete anos. Um cenário mais pessimista do que o traçado no ano passado que estimava que fosse atingido dentro de nove anos. "Parece inevitável que ultrapassemos a meta de 1,5°C do Acordo de Paris. Os líderes reunidos na COP28 terão de chegar a um acordo sobre uma redução rápida das emissões de combustíveis fósseis, mesmo para manter o objetivo de 2°C. As medidas para reduzir as emissões de carbono provenientes de combustíveis fósseis continuam a ser dolorosamente lentas e o tempo que nos resta até ao limiar de +1,5°C está diminuindo rapidamente, por isso temos de agir agora", afirmou o professor e climatologista britânico Pierre Friedlingstein, diretor do relatório do Global Carbon Projet.

De acordo com o estudo, as emissões de CO2 emitidas para a atmosfera resultante do uso de carvão, gás e petróleo em todo o mundo para aquecimento, iluminação e transportes deverão atingir um novo recorde em 2023, com 40,9 bilhões de toneladas. "Se toda a gente começar a emitir tanto como um norte-americano, não vamos conseguir sair desta situação e caminharemos para um aquecimento de 4°C", advertiu o físico francês Philippe Ciais. 

Apesar dos esforços feitos por 26 países para reduzir as emissões de combustíveis fósseis, que representam 28% das emissões globais, não são suficientes, aponta o relatório. Uma vez que as emissões de CO2 deverão aumentar a nível mundial, especialmente na Índia ( 8,2%) e na China ( 4 %).